terça-feira, 14 de abril de 2009

Sexualidade humana

Sexualidade humana: verdade e significado
Orientações educativas em família

Introdução:
A situação e o problema: Entre as dificuldades que os pais encontram para educar os filhos, uma delas é oferecer uma preparação adequada quanto à sexualidade. A dificuldade é ainda maior porque há um obscurecimento da verdade sobre o ser humano, uma pressão em direção à banalização do sexo. O Conselho Pontifício para a Família, consciente desta preocupação familiar da educação para o amor e a reta vivencia da própria sexualidade, propõe algumas linhas de orientação de caráter pastoral, que são tiradas da sabedoria que provém da Palavra do Senhor e dos valores que iluminam o ensino da Igreja, consciente da “experiência de humanidade” que é própria da comunidade dos crentes.

I – Chamados ao verdadeiro amor:
Deus inscreve na humanidade do ser humano a vocação, e, assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão. O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação do ser humano.
O amor humano como dom de si: O sentido da própria liberdade, do autodomínio conseqüente, é assim orientado ao dom de si na comunhão e na amizade com Deus e com os outros. A pessoa é, portanto, capaz de um tipo de amor superior. Um amor capaz de generosidade à semelhança do Amor de Deus. Amor que gera comunhão é um dom de si feito àquele que se ama.
O amor e a sexualidade humana: “A sexualidade é um componente fundamental da personalidade, um modo de ser, de manifestar, de comunicar com os outros, de sentir, de expressar e de viver o amor humano” (texto “Orientações Educativas sobre o Amor Humano”, da congregação para a Educação Católica, de 01 novembro de 1983, no “L’Osservatore Romano” n.4, Ed.it, inserto, 2 dezembro de 1983). A capacidade de amor como dom de si tem caraqter esponsal, isto é, a capacidade de exprimir o amor precisamente pelo qual o homem-pessoa se torna dom e assim atua o próprio sentido do seu ser e existir. A sexualidade humana é, portanto, um bem e tem como fim intrínseco o amor.
O amor conjugal: Quando o amor é vivido no matrimonio, ele compreende e ultrapassa a amizade e se realiza entre um homem e uma mulher que se dão na totalidade, respectivamente 2° a própria masculinidade e feminilidade. A este amor conjugal, e respectivamente a este, pertence a doação sexual, que se “realiza de maneira verdadeiramente humana” (“Famimiaris Consortio”).
O amor aberto à vida: Sinal revelador do amor conjugal é a abertura à vida. Os cônjuges, enquanto se doam entre si, doam para além de si mesmos a realidade do filho, reflexo vivo do seu amor. A comunhão desse amor permite oferecer aos filhos o apoio da educação para o amor e para a castidade.

II – Amor Verdadeiro e Castidade:
A vocação do ser humano ao amor se concretiza na busca constante em viver a castidade. O crescimento no amor implica o dom sincero de si, onde o ser humano através da disciplina e do autodomínio conduz os seus sentimentos, paixões e afetos. É necessário que a pessoa seja senhora de si, onde por meio da virtude e da castidade será capaz de se dar (ninguém pode dar aquilo que não possui). A castidade é a energia espiritual que liberta o amor do egoísmo e da agressividade, e nessa condição o relacionamento não é centrado em si mesmo.
A castidade como dom de si: A castidade está na pureza da mente e do corpo, na qual a pessoa terá uma personalidade madura, paz interior, respeito por si, pelo outro e principalmente dignidade à criatura que é imagem e semelhança de Deus.
O domínio de si: Através da aprendizagem casta do domínio de si o homem tem duas opções: ou comanda suas paixões e alcança a paz como sinal de liberdade, ou se deixa comandar por elas se tornando infeliz, sendo guiado por maus pensamentos, palavras e ações. Quando há o apoio educativo da família para a castidade o exercício é facilitado ao jovem que se encontra em ambiente que deprecia a castidade, mesmo sendo uma luta dura ela pode ser heróica.
A castidade conjugal: Recordando o Concilio Vaticano II, que chama a todos, tanto no celibato quanto no matrimonio à santidade, isto implica em trilhar um caminho alegre e virtuoso. Isto “exige” uma consciência de que no seu amor está presente o amor de Deus e também a doação sexual deverá ser vivida com respeito, fidelidade e generosidade para com seu cônjuge, surgindo uma expressão visível do amor e da fé. Responder ao amor de Deus e cumprir sua vontade é observar os seus mandamentos (cf. Jo 14,15). O centro da espiritualidade entre ose seres humanos é a iluminação do Espirito Santo. Assim a convivência conjugal se faz presente nas “manifestações afetivas”, onde os cônjuges exercitam os dons do Espírito Santo.
A educação para a castidade: A educação da família para com seus filhos pretende atingir três objetivos:
1. Conservar na família um clima positivo de amor e respeito a Deus e ao dom da vida
2. Ajudá-los a compreender o valor da sexualidade pra seu crescimento
3. Ajudá-los a compreender e a descobrir a própria vocação.

O magistério da Igreja exprimiu-se claramente que os pais tem a tarefa no processo educativo e onde quer que falhem dificilmente será suprimido. Os pais são os primeiros e principais educadores da sociedade partilhando também com instituições tais como a igreja e o Estado (mas não são capazes de satisfazer todas as exigências). Os pais devem exercer uma ação educativa marcada por verdadeiros valores cristãos, com responsabilidade, e o ensinamento da Igreja recorda que a família deve ser protagonista em tal obra educativa.

III – No Horizonte Vocacional:
Como nos ensinou o Concilio Vaticano II, do matrimonio procede a família. Por isso ela exerce um papel decisivo no desabrochar das vocações e é onde nascem os cidadãos da sociedade humana, e que pela graça do Espírito Santo se tornam Filhos de Deus pelo batismo, para que o povo de Deus se perpetue no decurso dos tempos. Em se tratando de qualquer tipo de vocação (quer seja matrimonio, celibato ou virgindade), é sempre vocação à santidade, onde fica claro este apelo universal (à santidade) no documento “Lúmen Gentium” do Concilio Vaticano II.
A vocação ao matrimonio: Ela se dá na família, onde os jovens e as crianças irão aprender a viver a sexualidade humana dentro de um contexto de uma vida cristã. Eles também descobrirão que um sólido matrimonio cristão não pode ser considerado o resultado de conveniências ou de mera atração sexual.
Chamados ao amor conjugal: Como nos diz a Enciclica “Humanae Vitae”, o amor “exprime a sua verdadeira natrureza e nobreza quando se considera na sua Fonte Suprema, Deus que é Amor (cf. Jo 4,8), o Pai, do qual toda a paternidade no céu e na terra toma o nome”(cf. Ef 3,15). O matrimonio não é fruto do acaso ou produto de forças naturais inconscientes, é uma instituição sapiente e providente do Criador, para realizar em nós o seu desígnio do amor. Para os batizados, porém, o matrimonio reveste a dignidade de sinal sacramental da graça enquanto representa a união de Cristo e da Igreja. Dentro deste contexto, a “Carta às Famílias” de João Paulo II lembra que a família é uma comunidade de pessoas, para quem o modo próprio de existirem e viverem juntas é a Comunhão. Tal identidade consiste na capacidade de viver na verdade e no amor, numa dimensão constitutiva da vida da pessoa. Essa necessidade de verdade e de amor abre o homem à Deus e às criaturas: às outras pessoas, à vida em comunhão, em particular, ao matrimonio e a família. Ainda segundo a ‘Humanae Vitae’, o amor conjugal tem quatro características: amor humano (sensível e espiritual), amor total, fiel e fecundo. Elas se fundamentam no fato de que Os seres humanos no matrimonio se unem entre si tão firmemente que se tornam segundo as palavras do Genesis – uma só carne (cf. Gn 2,24). Eles por constituição física, apesar de serem somaticamente diferentes (homem e mulher), participam de modo igual da capacidade de viver “na verdade e no amor”. A família que daí deriva obtém a sua solidez interior da aliança entre os conjugues, que Cristo elevou a Sacramento. O dom do Sacramento é vocação e dever dos esposos cristãos, para sempre e além de todas as provas e dificuldades, em generosa obediência á santa vontade do Senhor: “O que Deus uniu o homem não separa”.
Os pais enfrentam uma preocupação atual: A família é reconhecida como parte inseparável da vocação ao matrimonio. A formação dos jovens para a castidade deverá se tornar uma preparação para a paternidade e maternidade responsável, que dizem respeito diretamente ao momento que o homem e a mulher, unidos em uma só carne, podem se tornar pais. É um momento de valor peculiar, seja pela sua relação interpessoal ou pelo seu serviço à vida, eles podem se tornar pais (pai e mãe) comunicando a vida a um outro ser humano.
A vocação à virgindade e ao celibato: A revelação cristã representa as duas vocações ao amor: o matrimonio e a virgindade. As duas situações são inseparáveis, e segundo a “Familiaris Consortio”, ‘quando não se tem apreço pelo matrimonio, não tem lugar a virgindade consagrada, quando a sexualidade humana não é considerada um grande valor dado pelo Criador, perde significado a renuncia pelo Reino dos Céus’. Os pais servirão verdadeiramente à vida de seus filhos se ajudarem a fazer da própria existência um dom, respeitando as escolhas maduras e promovendo com alegria cada vocação, mesmo a religiosa e sacerdotal. Na “Familiaris Consortio” Joao Paulo II afirma: “Os pais cristãos reservarão uma particular atenção e cuidado discernindo os sinais da chamada de Deus, para a educação para a virgindade, como forma suprema daquele dom de si que constitui o sentido próprio da sexualidade humana”.
Os pais e as vocações sacerdotais e religiosas: Os pais, ao educarem os filhos nos costumes cristãos, cultivem e protejam em seus corações a vocação religiosa. O incentivo das vocações sacerdotais é um dever de toda a comunidade cristã.

IV – Pai e Mãe como educadores:
Existe o privilégio e a responsabilidade que Deus concede aos cônjuges que é o de se tornarem pais. Para isso dá-lhes a graça para cumprirem a missão. Os pais são sustentados, dia após dia, com energias especiais de ordem espiritual, por Jesus Cristo, que ama e nutre a Igreja, sua Esposa. Enquanto cônjuges, tornados “uma só carne” pelo vinculo do matrimonio, partilham o dever de formar os filhos e os consagrar para a Educação Cristã, os chamando a participar da mesma autoridade e do mesmo amor de Deus Pai e de Cristo Pastor, como também do amor materno da Igreja. A “paternidade – maternidade”, e a formação à castidade, inclui evidentemente o pai que fica só e também os pais adotivos. Deus ajuda os pais sós com um amor especial, chamando-os a enfrentar esta tarefa com a mesma generosidade e sensibilidade com que amam e cuidam dos seus filhos nos outros aspectos da vida familiar. Sobre os pais adotivos recai o dever de formar as crianças e os jovens no sentido global e também na castidade e receberão a graça de estar para o fazer segundo os mesmos princípios que guiam os pais cristãos. Os pais nunca devem se sentir sós neste empenho. A Igreja apóia-os e os encoraja, confiante de que podem desempenhar esta função. Ela conforta homens e mulheres que, muitas vezes e com grande sacrifício, dão às crianças órfãs uma forma de amor paternal e de vida familiar.
Os direitos e os deveres dos pais: Aqui implica um dever educativo, insubstituível e inalienável e, portanto, não delegável totalmente a outros ou por outro usurpável. Esta doutrina apóia-se nos ensinamentos do Concilio Vaticano II e na carta dos direitos da família, onde diz: “Tendo dado a vida aos seus filhos, os pais tem o direito original, primário e inalienável de os educar, eles... tem o direito de educar os seus filhos em conformidade com suas convicções morais e religiosas, tendo em conta as tradições culturais da família que favoreçam o bem e a dignidade da criança; devem, além disso, receber da sociedade o auxilio e a assistência necessária para desempenharem convenientemente o seu papel educativo”. Principalmente a respeito da sexualidade. A educação sexual é um direito e dever fundamental dos pais, e ninguém está em condições de realizar melhor a educação moral, neste campo delicado, do que os pais devidamente preparados. A escola deve observar quando coopera na educação sexual, ao imbuir-se do mesmo espírito que anima os pais.
O significado do dever dos pais: Torna-se necessário da parte dos pais um duplo cuidado: uma educação preventiva e critica em relação aos filhos e uma ação de denuncia junto às autoridades. A banalização da sexualidade deve ser denunciada pelos pais, que tem o direito de exigir das autoridades leis que previnam e reprimam a exploração da sexualidade das crianças e dos adolescentes. A sexualidade de fato é uma riqueza de toda pessoa (corpo, sentimento e alma) e manifesta o seu significado intimo ao levar a pessoa ao dom de si no amor.

V – Itinerários Formativos no seio da Família:
O ambiente da família é o lugar da formação das crianças e dos jovens para que posteriormente possam ter uma vida digna e saudável, vivendo as virtudes da caridade, da temperança, da fortaleza e, portanto, da castidade. É, de fato, uma escola de enriquecimento humano. A família, embora rica destas forças, tem a necessidade de apoio, mesmo da parte do Estado e da sociedade, segundo o principio de subsidiariedade: “Acontece... que quando a família decide corresponder plenamente à própria vocação, pode-se encontrar privada do apoio necessário por parte do Estado, e não dispõe de recursos suficientes. É preciso urgente promover não apenas uma política para a família, mas também, políticas sociais, que tenham como principal objetivo à própria família, dando condições,, para que possa ser instrumento eficaz de apoio, na educação dos filhos e no cuidado dos anciãos”. Conscientes disto e das dificuldades reais existentes em não poucos países para os jovens, em relação à degradação social e moral, os pais são solicitados a acompanhar o desenvolvimento de seus filhos. Não evitando somente que seus filhos não se droguem ou se quer comentam delitos, mas, empenhar-se em educá-los para os valores da pessoa, renovados pelas virtudes da fé, da esperança e do amor, buscando sempre a honestidade, a responsabilidade, a liberdade, a paternidade e maternidade, o serviço, o trabalho profissional, a solidariedade, a arte, o desporto, a alegria de se saberem filhos de Deus e, por isso, irmãos de todos os seres humanos, etc.
O Valor essencial do lar: As ciências psicológicas e pedagógicas, nas suas experiências, concordam em sublinhar a importância decisiva, em ordem a uma educação sexual harmônica e válida, do clima afetivo que reina na família, especialmente nos primeiros anos da infância e da adolescência e talvez na fase pré-natal, períodos em que se instauram os dinamismos emocionais e profundos das crianças. As importâncias do equilíbrio, da aceitação, da compreensão da parte do casal, são pontos positivos para o desenvolvimento da criança. Certas graves carências ou desequilíbrios que se realizam entre os pais, são fatores capazes de causar nas crianças distonias emocionais e afetivas que podem perturbar gravemente a sua adolescência e, por vezes, marcá-las para toda a vida. É necessário que os pais encontrem tempo para estar com os filhos e entreter-se e dialogar com eles. Em tais conversações, e cada vez mais, à medida que os anos passam, é preciso saber escutá-los com atenção, esforçar-se por compreendê-los, saber reconhecer a parte de verdade que pode estar presente em algumas formas de rebelião. Os pais poderão ajudá-los a canalizar retamente ânsias e aspirações, ensinando-os a refletir sobre a realidade das coisas.
Formação na comunidade de vida e de amor: A família cristã é capaz de oferecer uma atmosfera permeada daquele amor a Deus que torna possível um autentico dom recíproco. Assim, o vinculo de amor recíproco, que é testemunhado pelos pais para com os filhos, torna-se uma proteção segura da sua serenidade afetiva. E a comunhão e a participação cotidianamente vividas na casa, nos momentos de alegria e de dificuldade, representam a eficaz pedagogia para inserção ativa, responsável e fecunda dos filhos no mais amplo horizonte da sociedade. A educação para a castidade, enquanto educação para o autor é ao mesmo tempo, educação do espírito, da sensibilidade e dos sentimentos. A sexualidade é um bem de grande importância, que é necessário proteger seguindo a ordem da razão iluminada pela fé: “Quanto maior é um bem, tanto mais nele se deve observar a ordem da razão”. Para educar para a castidade, é necessário o domínio de si, o qual pressupõe virtudes como o pudor, a temperança, o respeito de si e dos outros, a abertura ao próximo.
O pudor e a modéstia: A prática do pudor e da modéstia, falar, no agir e no vestir, é muito importante para criar um clima apropriado à conservação da castidade, pelo respeito do próprio corpo e da dignidade dos outros. O santo Padre sublinhou a necessidade de “que seja posto em pratica uma colaboração entre os pais, a qual compete o dever de educativo”. A respeito da televisão o Santo Padre especificou: “O modo de viver as nações mais industrializadas – leva muitas vezes as famílias a descarregarem-se das suas responsabilidades educativas, deixando-se ser levadas pelas evasões (televisão, e outros meios de comunicação), o meio de terem ocupado o tempo e as atividades das crianças e dos jovens, dado que faltam estruturas e infra-estruturas suficientes para utilizar e valorizar o tempo livre dos jovens e orientar-lhes as energias”.
A justa intimidade: Em estreita conexão com o pudor e a modéstia, que são uma defesa espontânea da pessoa que recusa ser vista como objeto de prazer em vez de ser respeitada e amada por si mesma deve-se considerar o respeito da intimidade.
O autodomínio: As crianças e os jovens devem ser encorajados a estimar e praticar o autocontrole e a renuncia, a viver de modo ordenado, a fazer sacrifícios pessoais em espírito de amor a Deus, sem sufocar os sentimentos e as tendências, mas canalizando-os numa vida virtuosa.
Os pais como modelos para os filhos: O bom exemplo e a liderança dos pais é essencial para fortalecer a formação dos jovens para a castidade. A Mãe desenvolve seu papel de acolhedora, dando instrução mútua e o pai imprime no seu comportamento um estilo de dignidade viril, sempre com temperança, mantendo a ordem, tudo isto contribui, para que os filhos tenham um bom exemplo de pais. Dentro deste contexto familiar em que seus valores são fundamentados em Deus, é possível uma visão diferente em relação aos outros que vivem a respeito deste mundo, ou seja, uma sociedade tão materialista, que julga as pessoas por aquilo que tem, mas não por aquilo que ela realmente seja, são valores deferentes que se aprende dentro de casa, ou seja, dentro de uma estrutura familiar apoiada em Deus, onde tudo o que se faz, faz por amor e não por interesse pessoal, dando opções realmente por aqueles que necessitam de ajuda, contribuindo assim na construção da civilização do amor.
Um santuário da vida e da fé: Para chegar a todas estas metas, a família, antes de tudo, deve ser casa de fé e de oração na qual se está atento à presença de Deus Pai, se acolhe a Palavra de Jesus, se sente o vinculo de amor, dom do Espírito, se ama e invoca a Mãe puríssima de Deus. Tal vida de fé e de oração tem como conteúdo original à própria vida da família, que são marcadas por diversas fases é interpretada como vocação de Deus, alegrias e tristezas, vidas e mortes, ausências e regressos, etc. assinalam a intervenção do amor de Deus na historia da família, assim como devem marcar o momento favorável para ação de graças, para a impetração, para o abandono confiante da família ao Pai comum que está nos céus. As verdades da fé e da moral serão ensinadas, compreendidas e penetradas com reverencia, e a palavra de Deus será lida e vivida com amor.

VI – Os Passos No Conhecimento:
Aos pais compete particularmente a obrigação de educar aos filhos nos mistérios da vida humana, garantindo uma educação gradual da vida sexual. A escola não substitui a família, mas auxilia completando a tarefa dos pais.
Quatro princípios sobre a informação a respeito da sexualidade: Cada criança é uma pessoa única e deve receber uma formação individualizada. O processo de amadurecimento de cada criança como pessoa é diferente. Tanto no aspecto biológico como no afetivo sua intimidade é própria e deve ser tratada com um diálogo personalizado. O diálogo se desenvolve melhor quando o “pai” que comunica as informações biológicas, afetivas, morais e espirituais, é do mesmo sexo da criança ou do jovem. A dimensão moral deve sempre fazer parte das suas explicações. Os pais poderão pôr em realce que os cristãos são chamados a viver o dom da sexualidade consagrada ou ainda no celibato. Desde a idade mais tenra, os pais podem observar inícios de uma atividade genital instintiva na criança. Deve-se corrigir suavemente os hábitos que poderiam tornar-se pecaminosos mais tarde e ensinar a modéstia, sempre que seja necessário, à medida que a criança cresce. A formação na castidade e as informações sobre a sexualidade devem ser fornecidas no contexto mais amplo da educação para o amor. Não só comunicar informações sobre o sexo com princípios morais objetivos. É necessária também uma ajuda constante para o crescimento da vida espiritual. Nunca devem faltar conselhos para crescer no amor de Deus e do próximo e para superar as dificuldades. Vigilância e prudência para evitar ocasiões de pecado, a guarda do pudor, a moderação nos divertimentos, as atividades sãs, o recurso freqüente da oração e aos sacramentos da penitencia e da Eucaristia. Na educação deve-se avaliar os ambientes que freqüentam, bem como alertá-los quanto às companhias e criar um espírito crítico e cometido dos meios de comunicação social. De grande ajuda é a leitura de livros de formação escolhidos que ofereçam uma formação mais vasta e profunda, bem como testemunhos no caminho da virtude. Os pais devem dispensar esta formação com extrema delicadeza, mas de modo claro e no tempo oportuno. Tratar os filhos de forma personalizada, segundo o desenvolvimento fisiológico e psíquico. As primeiras informações acerca do sexo, geralmente é, sobre a gravidez e o nascimento de um irmão ou de uma irmã. Esta curiosidade brota quando vê a mãe ou outra pessoa com sinais da gravidez. Alguns fatos simples a respeito da gravidez devem ser dados e juntamente devem ser colocadas as maravilhas da obra criadora de Deus, onde a nova vida que ele dá seja guardada no corpo da mãe, perto do coração.

As fases principais do desenvolvimento da criança:
1) Os anos da inocência: Desde a idade de cinco anos, aproximadamente, até a puberdade. Nesse período informar apenas o necessário. Os meninos e as meninas desta idade não estão interessados nas particularidades do sexo, mas preferem conviver com crianças do mesmo sexo. A formação deverá ser indireta e cautelosa, em preparação para a puberdade, período em que a informação direta será necessária. Em geral, nesta fase, a criança mostra pouco interesse pelas funções genitais. É nessa fase que se descobre as maravilhas da criação, e as experiências neste sentido em casa e na escola, deverão também serem orientadas para as fases da catequese e a aproximação dos sacramentos. O menino ou a menina que cresce aprende, com o exemplo dos adultos e a experiência familiar, o que significa ser uma mulher ou um homem. Nesta fase as meninas desenvolvem um interesse materno pelas crianças pequeninas, pela maternidade e pelos cuidados da casa. O menino, nesta fase, está num período tranqüilo. É o momento mais fácil para o bom relacionamento com o pai. O rapazinho deviria ser desaconselhado de se tornar excessivamente agressivo ou muito preocupado com a coragem física como garantia da sua virilidade. Nesta fase elas não são ainda capazes de compreender plenamente o valor da dimensão afetiva da sexualidade. Portanto, não podem integrar uma informação sexual prematura com a responsabilidade moral. Tais informações tendem assim a infringir o seu desenvolvimento emocional e a perturbar a serenidade natural deste período da vida. Quando as crianças recebem uma informação sexual prematura da parte dos meios de comunicação social ou de companheiros, os pais deverão começar a fornecer uma informação sexual cuidadosamente limitada, para corrigir uma informação imoral errada ou para controlar uma linguagem obscena. Os pais devem apresentar padrões objetivos daquilo que está certo ou errado, criando um contexto moral seguro para a vida.

2) A puberdade: Constitui a fase inicial da adolescência, e é um momento em que os pais são chamados a estar particularmente atentos à educação cristã dos filhos: é a descoberta de si mesmo e do próprio universo interior, tempos de planos e sentimentos do amor, com os impulsos biológicos da sexualidade, o tempo do desejo de estar junto com os outros, o tempo de uma alegria particularmente intensa. É idade dos primeiros passos e das primeiras amarguras. Os pais devem estar atentos às evoluções físicas e psíquicas, decisivas para a maturação da personalidade. É um momento decisivo na educação para o valor da castidade. A partir das transformações que os filhos experimentam no seu corpo, os pais são levados a dar explicações mais detalhadas sobre sexualidade, apoiados num relacionamento de confiança e amizade. Se for pedido, dar explicações pormenorizadas sobre a união sexual. É importante que sejam ajudados a compreender as fases do desenvolvimento físico e fisiológico dos órgãos genitais, antes que aprendam dos companheiros de rua. Deve também ser informado sobre as características somáticas e psicológicas de sexo oposto. Neste contexto a ajuda de médico, psicólogo ou mestres é de muita ajuda. Deve-se evidenciar a beleza da maternidade e a maravilhosa realidade da procriação, assim como o valor da virgindade. Durante a puberdade, o desenvolvimento psíquico e emotivo do rapaz pode torná-lo vulnerável às fantasias eróticas e à tentação de fazer experiências sexuais. As dimensões espirituais e morais deverão sempre prevalecer e ter duas finalidades especiais: a apresentação dos mandamentos de Deus como caminho de vida e a formação de uma consciência reta. A formação da consciência requer esclarecimento sobre o projeto de amor que Deus tem para cada um, sobre o valor positivo e libertador da lei moral e sobre o conhecimento tanto da fragilidade proveniente do pecado como também dos meios da graça que auxiliam a pessoa no seu caminho para o bem e a salvação. A consciência moral nos obriga a fazer o bem e a fugir do mal. Ela é um juízo da razão pelo qual reconhece a qualidade moral de um ato concreto. Por isso, a consciência requer esclarecimento da verdade e do plano de Deus e não se deve confundir com mero sentimento subjetivo ou opinião pessoal. Os argumentos deverão ser refletidos sobre o valor da castidade e mostrar que a sexualidade não é uma realidade vergonhosa, ou seja, mas que é um grande dom de Deus, o qual deu ao corpo humano a capacidade de gerar, tornando-nos participantes do seu poder criador. O sexo não sendo material de consumo, os pais devem então ensinar o valor da modéstia cristã, da sobriedade no vestir, e da necessária autonomia às modas.

3) A adolescência no projeto de vida: Todos são chamados a uma vida de santidade, tanto no casamento, no celibato como na consagração em uma ordem religiosa. Os pais devem dar exemplo e testemunho da fidelidade de Deus e da fidelidade de um ao outro na aliança conjugal. A masturbação constitui uma desordem que são freqüentemente expressão dos conflitos internos e da idade e não raramente de uma visão egoísta da sexualidade. A homossexualidade é uma problemática particular, que se pode manifestar no processo de maturação – identificação sexual. A sua gênese psíquica continua em grande parte por explicar. É preciso distinguir a tendência que pode ser inata, e os atos de homossexualidade que são intrinsecamente desordenados e contrários à lei natural. Os pais, no caso de perceberem nos filhos, em idade infantil ou adolescente, a tendência, façam-se ajudar por pessoas especializadas para darem todo o auxilio possível. Nunca se deve esquecer que a desordem no uso do sexo tende a destruir progressivamente a capacidade de amar da pessoa, fazendo do prazer o fim da sexualidade e reduzindo as outras pessoas a objetos da própria gratificação. A banalidade da sexualidade conta-se entre os principais fatores que estão na origem do desprezo pela vida nascente: só um amor verdadeiro sabe defender a vida.

4) A caminho da idade adulta: Os pais sempre serão um ponto de referencia para os filhos. Quando os filhos forem escolher o seu parceiro(a) os pais não porão imposições na escolha, mas antes deverão ajudar os filhos a definir as condições que são necessárias para que possa existir um vinculo sério, honesto e promissor, e também, apoiá-los no caminho de um claro testemunho de coerência cristã no contato com a pessoa do outro sexo.

VII – Orientações Práticas:
É DEVER DOS PAIS, EM RELAÇÃO À EDUCAÇÃO DAS VIRTUDES, autentica educação dos filhos para o amor, a geração secundária que leva os pais a ajudar os filhos no desenvolvimento das suas personalidades.
Recomendações aos pais e aos educadores: Aos pais é colocado que sejam convenientes no seu papel educativo e defendam este direito dever primário, onde “a educação sexual direito e dever fundamental dos pais deve atuar sempre, quer em casa, quer nos centros educativos escolhidos e controlados por eles” (“Familiaris Consortio”). Não faltam educativos e conhecimentos nem esforços da parte dos pais, e os mesmos estão demasiados sós, e por vezes culpabilizados. Tem necessidade de compreensão e de apoio por parte dos grupos e instituições. O dever dos educadores primários dos filhos, especialmente na área do amor e para se opor a formas perniciosas de educação sexual, é que os filhos sejam educados com os princípios cristãos. É recomendado aos educadores o respeito ao direito do jovem e da criança de ser informado nas questões morais e sexuais. E isto é qualificado pela fase de desenvolvimento da criança, pela sua capacidade de integrar a verdade moral com a informação sexual e pelo respeito e pela sua inocência e tranqüilidade.
Quatro princípios operativos e as suas normas particulares: A sexualidade humana é um mistério sagrado que deve ser apresentado 2º o ensinamento doutrinal e moral da Igreja, tendo em conta o pecado original, e onde se deve gritar cada momento da educação para o amor. Daí temos: 1) Devem ser apresentadas às crianças e jovens somente informações proporcionadas a cada fase de seu desenvolvimento individual, e no caso da homossexualidade não deve ser discutida antes da adolescência; 2) Nenhum material de natureza erótica deve ser apresentado à criança ou ao jovem de qualquer idade, individualmente ou em grupo; 3) No contexto da educação para o amor, a sua instrução deve ser sempre “positiva e prudente”, clara e dedicada, com representações gráficas e realistas do parto mesmo em filmes não-eróticos devendo ser levado em consciência de maneira gradual para não criar medo e atitude negativa nas meninas e nas jovens; 4) Nunca ninguém deve ser convidado e muito menos obrigado a agir de modo que possa ofender objetivamente a modéstia, ou que subjetivamente possa lesar a sua delicadeza ou “sentido de privacidade”.
Os métodos particulares: Estas normas podem acompanhar os pais, e todos aqueles que os ajudam, quando adotam os diversos métodos que parecem ser idôneos à luz da experiência dos pais e peritos. Como métodos recomendados temos: o normal e fundamental, ou seja, a formação individual, que é o diálogo entre os pais e os filhos. Não se pode substituir este diálogo, que é confiante e aberto, devendo haver um respeito mutuo. Há diversos métodos úteis que podem ser recomendados em conformidade com a prudência cristã. Como métodos e ideologias a evitar temos: Deve-se ter atenção aos diversos modos divulgados que ameaçam os direitos dos pais e a vida moral dos filhos, como por exemplo: antes da adolescência o caráter imoral do aborto, realizado química ou cirurgicamente, pode ser explicado gradualmente no respeito à vida humana; Os diversos modos de educação sexual devem ser julgados pelos pais à luz dos princípios e das normas morais da Igreja, que exprimam os valores humanos em contrapartida a efeitos negativos que diversos métodos podem produzir na personalidade das pessoas.
A inculturação e a educação ao amor: Uma autentica educação para o amor deve ter em conta o contexto cultural em que vivem os pais e seus filhos. Como uma união entre a fé professada e a vida concreta, a inculturação é uma harmonização entre a fé e a cultura, em que Cristo e seu evangelho tem a precedência sobre a cultura.

VII – CONCLUSÃO:
Assistência aos pais: Existem modos de auxiliar os pais no cumprimento do direito-dever fundamental de educar seus filhos para o amor. Isto não quer dizer tirar dos pais ou diminuir o seu direito-dever formativo, pois ele permanece original e insubstituível. Daí vem que o papel de auxilio (dos outros) em relação aos pais (principalmente, ao invés de ser dada aos filhos); subsidiário (onde o papel formativo da família é sempre preferível) e subordinado (onde se está sujeito à orientação atenta e ao controle dos pais). Aqueles que são chamados a auxiliar os pais devem estar preparados a ensinar de acordo com a autentica Doutrina da Igreja Católica. Alem do que devem ser pessoas maduras e de reputações morais e fiéis ao seu estado cristão de vida, não importando seu estado civil (solteiro, casado, religioso, etc.). E também devem estar preparados não só na informação moral e sexual, mas também nos direitos e papeis dos pais e das necessidades e desafios dos jovens e crianças.
Fontes válidas da educação para o amor: Este presente guia veio da necessidade que o Conselho Pontifício para a Família reconhece de se ter material válido para preparar, em conformidade com princípios, os pais. Estes devem ser competentes nisso, e empenhar-se na preparação deste material, podendo assim oferecer sua experiência e sabedoria a fim de auxiliar a outros pais no mesmo fim. E este Conselho confia na obra de apoio da parte das Conferencias Episcopais que saberão reivindicar onde seja preciso, inclusive diante do Estado, o direito e âmbitos próprios da família.
Solidariedade com os pais: Os pais deverão ter opoio da Igreja ao cumprir seu ministério de amor com os filhos. Nas paróquias ou em outro grupo ou âmbito, todos (leigos e religiosos) devem encorajar os pais no esforço de formar seus filhos. E os pais devem lembrar que a família não é a única comunidade formativa, devendo cultivar um contato cordial e ativo com os outros.
Esperança e confiança: Diante dos desafios à castidade permanecem sempre os fundamentos mais sólidos sobre os quais a Igreja forma os seus filhos. O Conselho Pontifício para a Família exorta os pais a terem confiança nos seus direitos e deveres acerca da educação de seus filhos, a qual se deve fazer com sabedoria. Possam os pais sempre contar com o “amor que ultrapassa todo o medo, que tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (cf. 1Cor 13,7) em relação aos filhos. Tal amor é dirigido à eternidade, à felicidade eterna prometida por Cristo àqueles que o seguem: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus” (cf. Mt 5,8).

Nenhum comentário:

Postar um comentário