Monte Sion: No periodo bíblico inicial o monte Sion era
entendido como a cidadela de David: IISm 5,7. Mais tarde, com o desenvolvimento
e expansão da cidade o monte Sion vai se deslocando e depois assume toda a
colina onde se encontra Jerusalém. Mas o proféta Miquéias 3, 12 faz uma
distinção em que situa a montanha do Templo e a outra, porisso do outro lado do
vale do Tyropeão, que é a colina onde está o chamado, hoje, Sion. Mas de
maneira geral seja a Bíblia como a tradição rabínica e cristã vão compreender
Sion como uma visão teológica em que abrange todo. Ver p.e.: Is 2, 1-3.
1- Cenáculo e Tumulo de David - A Igreja da
Dormição foi construida em 1900.
Naturalmente, David foi enterrado na sua cidade
sobre a colina oriental (IRs 2,10) e mesmo so os Bizantinos designam a colina
ocidental como o monte Sion, ninguem pensava em situar ali o túmulo de David
antes do final do X século d.C. Esta idéia foi mal aceita pelos cruzados e os
judeus e os musulmanos permaneceram incredulos até o século XV. Finalmente,
para proteger o tesouro legendário que teria sido enterrado com o Rei David
(Flavio Joseph, Antiguidades, !6, 179-182), os franciscanos foram expulsos do
edifício que eles tinham renovado no inicio do século XIV.
A tradição do Cenáculo como o último lugar da
Ceia, ela também, e mal definida. Ela foi notada pela primeira vez no inicio do
V século; ela é uma variação de uma outra tradição melhor fundada que situava
sobre o monte Sion a descida do Espírito
Santo sobre os Apóstolos em Pentecostes (Cirilo de Jerusalém, em torno de 348).
Segundo a Bíblia, este acontecimento se produziu na “sala superior” (Atos, 1,3;
2, 1), e era normal de supor que esta mesma sala fora o lugar onde aconteceu a
Ceia. (Mc 14,15).
O Peregrino de Bordeaux (333), não estabeleceu
nenhuma ligação entre os acontecimento relatados nos Evangelhos e o monte Sion.
Egéria (384) afirma no entanto que havia uma construção associado à Pentecostes
dado que ela escreve: “Este lugar é agora transformado em Igreja.” Talvez a
comunidade cristã de jerusalém teria continuado a frequentar esta sinagoga que,
segundo o peregrino de Bordeaux, era a única entre as sete sinagogas primeiras
sobre o monte que restou. Alguns expertos sugeriram que “o túmulo de David”
poderia ser uma antiga sinagoga por causa do nicho na sua parede setentrional.
Mas esta interpretação foi posta sob reserva, dado que os critérios empregados
para determinar a data das Sinagogas são ainda inseguros. As pedras do nicho
são fendidos, sem dúvida pelo calor do incendio que devorou a Igreja de Sion em
614 e em 965.
As poucas informações encontradas pelos pesquisadores
dão uma imagem vaga desta Igreja, “A Mãe das igrejas”, além dos dois fragmentos
de alvenaria antiga que sobrevivem dela, eles descobriram dois documentos: um
esboço de Arculf (670) e uma descrição datando do século IX com uma estimação
de dimensões da igreja. Quando os cruzados chegaram a Jerusalém, a igreja
estava abondonada fora dos muros e estava em ruinas. Ela aparece entre as
estações da procisão de penitência que precedeu o último ataque em julho de
1099. A igreja renovado se torna um encanto da cidade até meado do século XIII
onde, de novo em ruina, ses escombros foram utilizados por causa de seus blocos
de pedra esquadriadas.
Resumo de: Jerome Murphy-O’Connor, Guide
Archeologique de la Terre Sainte, Denoël, 1982, 98.
2- A atribuição judeo-cristã da Sinagoga do monte
Sion
J. W. Hirschberg, baseando-se sobre os trabalhos
de J. Pinkerfeld, considerou que a construção do monte Sion podia ser somente
uma sinagoga judaica, pelo fato que as igrejas cristãs são orientadas para o
leste, enquanto que o nicho é dirigido ao norte, isto é, se orintendo para o
Templo.
No entanto, o argumento não é mais válido
admitindo-se que ele tenha sido um lugar de culto pertencendo a judeus-cristãos
para os quais a rigor a orientação do Templo.
De fato, fundando-se sobre algumas atestações
literárias, B. Bagatti tentou provar a presença de uma comunidade judeo-cristã
sobre o monte Sion do I ao IV século.
A fim de apoiar sua asserção, B. Bagatti sustenta
que a identificação da sinagoga do monte Sion enquanto sinagoga judaica é
impossível, notadamente pelo fato de que Jerusalém foi proibida aos judeus após
135. Mais, segundo esta crítica, a localização da tradição do Túmulo de Davi
sobre o monte sion teria uma origem judeu-cristã e poderia assim permitir a
atribuição da sinagoga aos judeus-cristãos. É verdade que durante o período
bizantino celebrava-se a festa de Davi no monte Sion no dia 26 de dezembro,
paralelamente àquela de Tiago, irmão do Senhor. Isto, pelo fato que Tiago era
considerado de ascendência davídica. Assim, no meio judeu cristão, talvez se
desejou celebrar a festa de Davi, ancestral de Jesus e de sua família, onde se
celebrava a festa de Tiago.
E. Puech estima que a termo do exílio a Pella, os
judeus-cristãos de Jerusalém que não podiam mais frequentar o Templo
construíram um lugar de culto do tipo “sinagoga” sobre o monte Sion onde eles
se reuníam para a oração e para celebrar a Ceia. Assim, tratar-se-ia “de um
lugar de culto cristão de tipo sinagogal”.
Desta forma, se as conjecturas são confirmadas,
parece possível concluir que a sinagoga
do monte Sion é um lugar de culto judeu-cristão de uma datação anterior
ao IV século.
Sabe-se que nos dois primeiros séculos da era
cristã, os judeu-cristãos não distinguiam ainda sobre o plano arquitetural entre
sinagoga e igreja e que os de língua hebraica ou aramaica, utilizavam a
priori o mesmo termo a fim de designar uma sinagoga e uma igreja. Sabe-se
igualmente que a sinagoga “judeu-cristã” do monte Sion apresentava grandes
similitudes arquiteturais com aquela de Naveh, notadamente em nível do nicho.
Ora, a elevação deste nicho de 1, 92m acima do pavimento da sala prova que ela
não era destinada ao clero, mas que servia para receber os livros litúrgicos.
Este nicho servia, aparentemente, de
armário a fim de aí dispor os rolos da Torá. É a ela, pois, que se referem os
vocábulos beit aronah equivalentes a arnah no propósito de R.
Ismael ben Eleazar.