quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
HANUKKAH חנוכה
Chanucá ou Hanucá (חנכה ḥănukkāh ou חנוכה ḥănūkkāh) é uma festa judaica, também conhecido como o Festival das luzes. "Chanucá" é uma palavra hebraica que significa "dedicação" ou "inauguração". A primeira noite de Chanucá começa após o pôr-do-sol do 24º dia do mês judaico de Kislev e a festa é comemorada por oito dias. Uma vez que na tradição judaica o dia do calendário começa no pôr-do-sol, o Chanucá começa no 25º dia.
Por volta do ano de 200 a.C. os judeus viviam como um povo autônomo na terra de Israel, a qual, nessa época, era controlada pelo rei selêucida da Síria. O povo judeu pagava impostos à Síria e aceitava a autoridade dos selêucidas, sendo, em troca, livre para seguir sua própria fé e manter seu modo de vida.
Em 180 a.C. Antíoco IV Epifanes ascendeu ao trono selêucida. Braço remanescente do império grego, encontrou barreiras para sua dominação completa sobre o povo judeu, e o modo mais prático para resolver isso era dominar de vez a região de Israel (mais precisamente a Judéia, ao sul) impondo de maneira firme a cultura da Grécia sobre os judeus, eliminado, assim, aquilo que os unificava em qualquer lugar que estivessem: a Torá. O rei Antíoco ordenou que todos aqueles que estavam sob seu domínio (em específico Israel) abandonassem sua religião e seus costumes. No caso dos judeus, isso não funcionou, ao menos em parte. Muitos judeus, principalmente os mais ricos, aderiram ao helenismo (cultura grega) e ficaram odiados e conhecidos pelos judeus mais pobres como "helenizantes", uma vez que ficavam tentando fazer a cabeça do resto dos judeus para também seguirem a cultura grega. Antíoco queria transformar Jerusalém em uma "pólis" (cidade) grega, e conseguiu.
Em 167 a.C., após acabar com uma revolta dos judeus de Jerusalém, Antíoco ordenou a construção de um altar para Zeus erguido no Templo, fazendo sacrifícios de animais imundos (não kasher) sobre o altar, e proibiu a Torá de ser lida e praticada, sendo morto todo aquele que descumprisse tal ordem.
Na cidade de Modim (sul de Jerusalém), tem início uma ofensiva contra os greco-sírios, liderada por Matatias (Matitiahu) (um sacerdote judeu de família dos Hasmoneus) e seus cinco filhos João, Simão, Eliézer, Jonatas e Judas (Yehudá). Após a morte de Matatias, Yehudá toma à frente da batalha, com um pequeno exército formando em sua maioria por camponeses. Mesmo assim, os judeus lograram vencer o forte exército de Antíoco no ano 164 a.C, e libertaram Jerusalém, purificando o Templo Sagrado. Judas acabou conhecido como Judas Macabeu (Judas, o Martelo).
O festival de Chanucá foi instituído por Judas Macabeu e seus irmãos para celebrar esse evento. (Mac. 1 vers. 59). Após terem recuperado Jerusalém e o Templo, Judá ordenou que o Templo fosse limpo, que um novo altar fosse construído no lugar daquele que havia sido profanado e que novos objetos sagrados fossem feitos. Quando o fogo foi devidamente renovado sobre o altar e as lâmpadas dos candelabros foram acesas, a dedicação do altar foi celebrada por oito dias entre sacrifícios e músicas (Mac. 1 vers. 36).
Até aqui, viu-se a vitória do pequenino exército judeu, esse foi o primeiro milagre. O segundo milagre é mais sobrenatural e deu origem à festa de Chanuká. Após a purificação da Cidade Santa e da Casa de Deus, foi constatado que só havia um jarrinho de azeite puro no Templo com o selo intacto do Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) para que as luzes da Menorá fossem acesas, e isso duraria apenas um dia, mas milagrosamente durou oito dias, tempo suficiente para que um novo azeite puro fosse produzido e levado ao templo para o seu devido fim conforme manda a Torá (Ex 27:20-21). A Judéia ficou independente até a chegada do domínio romano em 63 a.C. A festa é realizada no dia 25 de Kislev (cai normalmente em dezembro), data onde o Templo foi reedificado. É uma festa marcada pelo clima familiar e pela grande alegria. Encontramos os fragmentos históricos de Chanuká nos livros deuterocanônicos de I e II Macabeus e também em escritos talmúdicos. O mandamento principal de Chanuká hoje é o acendimento da Chanukia (Menorá - candelabro - de 9 braços). Oito braços são para lembrar o milagre dos oito dias em que a Menorá ficou acesa com azeite que era para ter durado apenas um dia. O outro braço, que é chamado de "shamash" - servente - é um braço auxiliar para o acendimento das outras velas. Segundo a tradição, somente ele (o shamash) pode ser usado para, se for o caso, iluminar a casa ou para outro fim, sendo que as outras velas só podem servir para o cumprimento do mandamento. A cada noite uma nova vela é acrescentada até que se completem as nove. Outras tradições como brincar com o "sevivon" (pião) onde em cada lado dele estão escritas as iniciais da frase "nes gadol hayá sham" (um grande milagre aconteceu lá - em Israel) são válidas, e para quem está em Israel a última palavra da frase é "pó" (aqui). Também há o costume de servir alimentos como sonho com geléia (sufganyot) e panquecas de batata (latkes).
Um grande número de historiadores acreditam que a razão pelos oito dias de comemoração foi que o primeiro Chanucá foi de fato uma tardia comemoração do festival de Sucot, a Festa das Cabanas (Mac. x. 6 e i. 9). Durante a guerra os judeus não puderam celebrar Sucot propriamente. Sucot também dura oito dias, e foi uma festa na qual as lâmpadas tiveram um papel fundamental durante o período do Segundo Templo (Suc.v. 2-4). Luzes também eram acesas nos lares e o nome popular do festival era, portanto, segundoFlávio Josefo ([1] Antiguidades judaicas xii. 7, § 7, #323) o "Festival das Luzes" ("E daquela época até aqui nós celebramos esse festival, e o chamamos de Luzes"). Foi notado que os festivais judaicos estavam ligados à colheita das sete frutas bíblicas na qual Israel ficou famoso. Pessach é a comemoração da colheita da cevada, Shavuot do trigo, Sucot dos figos, tamareiras, romãs e uvas, e Chanucá das olivas. A colheita das olivas é em Novembro e o óleo de oliva ficaria pronto para o Chanucá em Dezembro.
O milagre de Chanucá é descrito no Talmud, mas não nos livros dos Macabeus. Esse feriado marca a derrota das forças selêucidas que tentaram proibir Israel de praticar o judaísmo. Judas Macabeu e seus irmãos destruíram forças surpreendentes, e rededicaram o Templo. O festival de oito dias é marcado pelo acendimento de luzes com uma menorá especial, tradicionalmente conhecida entre a maioria dos Sefaradim como chanucá, e entre muitos Sefaradim dos Balcãs e no Hebraico moderno como uma chanukiá.
O Talmud (Shabat 21b) diz que após as forças de ocupação terem sido retiradas do Templo, os Macabeus entraram para derrubar as estátuas pagãs e restaurar o Templo. Eles descobriram que a maioria dos itens ritualísticos havia sido profanada. Eles buscaram óleo de oliva purificado por ritual par acender uma Menorá para rededicar o Templo. Contudo, eles encontraram apenas óleo suficiente para um único dia. Eles acenderam isso, e foram atrás de purificar novo óleo. Milagrosamente, aquela pequena quantidade de óleo queimou ao longo dos oito dias que levou para que houvesse novo óleo pronto. É a razão pela qual os judeus acendem uma vela a cada noite do festival.
No Talmud dois costumes são apresentados. Era comum tanto ter oito lamparinas na primeira noite do festival, e reduzir o número a cada noite sucessiva; ou começar com uma lamparina na primeira noite, aumentando o número até a oitava noite. Os seguidores do Shamai preferiam o costume anterior; os seguidores do Hilel advogavam o segundo (Talmud, tratado Shabat 21b). Josefo acreditava que as luzes eram um símbolo da liberdade obtida pelos judeus no dia em que Chanucá é comemorado.
As fontes talmúdicas (Meg. eodem; Meg. Ta'an. 23; comparar as diferentes versões Pes. R. 2) descrevem a origem do festival de oito dias, com seus costumes de iluminar as casas, até o milagre dito ter acontecido na dedicação do Templo purificado. Isso foi que o pequeno vasilhame de óleo puro que os sacerdotes Hasmoneus encontraram intocados quando eles entraram no Templo, tendo estado vedado e escondido. Esse pequeno montante durou por oito dias até que novo óleo pudesse ser preparado para as lamparinas do candelabro sagrado. Uma lenda similar em características, e obviamente mais antigo, é aquele aludido em Mac. 2 1:18 et seq., de acordo com o qual o reacendimento das luzes do fogo do altar por Nehemias foi devido a um milagre que ocorreu no vigésimo quinto dia de Kislev, e no qual parece ter sido dado como a razão para seleção da mesma data para a rededicação do altar por Judas Macabeu.
A história de Chanucá é preservada nos livros de Macabeus 1 e Macabeus 2. Esses livros não são parte da Bíblia Hebraica, mas são parte do material religioso e histórico deuterocanônico da Septuaginta; esse material não foi codificado mais tarde pelos judeus como parte da Bíblia, mas foi codificado pelos católicos e cristãos ortodoxos. Uma outra, provavelmente tardia, fonte é o Megillat Antiokhos— um texto escrito pelos próprios Macabeus por Saadia Gaon, e mais provavelmente escrito por volta do primeiro ou segundo século d.C.
A festa de Chanucá é celebrada durante oito dias, do dia 25 de Kislev ao 2 de Tevet (ou o 3 de Tevet, quando Kislev só tem 29 dias). Durante esta festa se acende uma Chanukiá, ou candelabro de 9 braços (incluindo o central e maior, denominado Shamash, ou servente). Na primeira noite acende-se apenas o braço maior e uma vela, e a cada noite se vai acrescentando uma vela, até que no oitavo dia o candelabro está completamente aceso. Este ritual comemora o milagre do azeite que queimou por oito dias no candelabro do Templo de Jerusalém .
Antes do século XX, o Chanucá era um feriado relativamente menor. Contudo, com o crescimento do Natal como o maior feriado no Ocidente e o estabelecimento do estado moderno de Israel, o Chanucá começou a servir crescentemente tanto como celebração da restauração da soberania judaica em Israel e, mais importante, como um feriado para se dar presentes voltado para a família em Dezembro que poderia ser um substituo judaico para o feriado cristão. É importante notar que a substituição pelo Natal não é universalmente aceito, e muitos judeus não tomam parte nesta significação extra naquilo que eles consideram um feriado menor. Crianças judias, primariamente entre os Ashkenazim, também jogam um jogo onde eles giram um pião de quatro faces com letras hebraicas chamado de dreidel (סביבון sevivon em hebraico) .
O dreidel (סביבון , Sevivon) é um pião de 4 lados jogado durante o feriado judaico de Chanucá.
Cada lado do dreidel possui uma letra do alfabeto hebraico: נ (Nun), ג (Gimel), ה (Hei), ש (Shin), que juntas foram o acrônimo para "נסגדול היה שם" (Nes Gadol Haya Sham – "um grande milagre aconteceu lá").
Estas letras também são um mnemônico para as regras do jogo tradicionalmente jogado pelas crianças com o dreidel Nun para a palavra Yiddish "nit" ('nada'), hei para "halb" ('metade'), guímel para "gants" ('tudo'), and shin para "shteln" ('coloque').
Em Israel, ao invés de ש (Shin), a letra פ (Pe) é usada para indicar a localização do milagre — "פה" (Po – "aqui").
Este costume foi adotado depois da captura de Jerusalém durante a Guerra dos Seis Dias, mas é rejeitado pela maioria do Haredim. Por isso, nas lojas de brinquedos de Meah Shearim, um enclave ultra-ortodoxo, são os únicos lugares onde podem ser encontrados os dreidels com "Shin".
A palavra Yiddish "dreidel" vem da palavra alemã "drehen" ("turn").
A palavra hebraica "sevivon" vem da raiz "sivuv" ("volta") e foi inventada por Itamar Ben-Avi (o filho de Eliezer Ben-Yehuda) quando tinha apenas 5 anos. Antes disso, outras palavras foram usadas por Hayyim Nahman Bialik em seus poemas.
Segundo David Golinkin, rabino e professor e reitor do Schechter Institute of Jewish Studies em Jerusalém, a partir do século XIX, muitos rabinos procuraram explicações para o jogo do dreidel.
Uma explicação aventada é que o dreidel é jogado em parte para comemorar um jogo que os judeus sob o domínio Grego jogam para camuflar o estudo da Torá. Apesar da lei grega proibir esse estudo, os judeus se reuniam em cavernas para fazê-lo. Um vigia era posto para alerta o grupo da presença de soldados gregos, e caso esses aparecessem os judeus guardavam seus estudos e começavam a rodar piões e jogar com moedas.
Outras explicações existem, mas o mais provável, segundo Golinkin, é que o dreidel seja apenas uma variante de outros jogos semelhantes como o totum ou teetotum, jogado na Inglaterra e Irlanda na época do Natal pelo menos desde 1500, ou de um jogo semelhante, da Alemanha, onde aparecem no pião as letras N = Nichts = nada; G = Ganz = tudo; H = Halb = metade; e S = Stell ein = coloque.
Parte da tradição é jogar sob a luz da Menorá de Chanucá, para manter as crianças entretidas enquanto as velas queimam.
Para começar, cada jogador deve receber a mesma quantidade de moedas iguais (ou o mesmo valor, o que pode ser confuso para crianças pequenas). Dez a quinze moedas é um valor razoável. Também podem ser utilizadas fichas, nozes ou outro marcador.
A cada partida, eles devem depositar uma quantia igual na mesa (combinada anteriormente). A cada rodada de uma partida, cada jogador deve girar o sevivon em seqüência, e obedecer o que manda a letra que obtiver:
• נ - Nun: não perde nem ganha nada
• ג - Guímel: ganha todas as moedas da mesa
• ה - Hei: ganha a metade das moedas da mesa
• ש - Shin: deposita na mesa o mesmo valor que depositou no início
O jogo pode durar até que um jogador tenha ficado com todo o dinheiro, ou simplesmente quando os jogadores quiserem parar.
domingo, 17 de novembro de 2013
Exílio Babilonico
EXÍLIO BABILÔNICO - 587 - 538
A tomada de Jerusalém, a destruição do Templo e a morte de
Godolias, governador provisório da judéia em 587, marcam a divisão
da história de Israel de maneira irreversível, como antes e depois do exílio. A
partir do exílio da Babilonia o povo de Israel se apresentará sempre em duas
partes, dois grupos:
Ä o grupo que ficou na terra, e
Ä o grupo daqueles que estão em terra estrangeira = Diáspora
Tanto
um grupo quanto o outro não possuem mais um Estado e arriscam ser varridos da
história como uma nação particular. Esta ameaça é tão real que durante o
período do exílio babilônico, a história do povo de Israel, principalmente nos meios
cristãos,ficou quase totalmente desconhecida por falta de documentos, um
testemunho histórico desta época.
O POVO QUE FICOU NA TERRA
A morte
de Godolias foi seguida por um movimento de resistência dos Amonitas e Moabitas
aos exércitos babilônicos. Esta resistência foi extinta em 582 com a deportação
de numerosos anionitas e moabitas e alguns judeus que haviam se comprometido
com a revolta(cf. Jr. 52,30).
Por
outro lado, Nabucodonosor conseguiu conquistar Tiro após 13 anos de cerco em
572(cf Ez. 29,17-20; 25-28). Neste período a região de Judá ficou sem nenhuma
liderança política, uma região semi abandonada. O desaparecimento de uma
entidade política judaica permitiu aos edomitas ocuparem uma parte importante
do reino de Judá. Aliados dos caldeus, os edomitas aproveitaram rapidamente
esta oportunidade sobretudo porque estavam sendo pressionados pelos árabes do
norte, em particular a confederação de Quedar, em plena expansão. Assim os
edomitas se apossaram da maior parte do Neguev desde 597. A campanha de
Nabucodonosor em 588-587 com a tomada de Laquis, permitiu aos edomitas ocuparem
o sul da montanha de Judá e da Sefelá até a fronteira, incluindo Laquis, Hebron
e Em Gadi.Os combates mortais ali travados e a deportação massiva deixaram o
território de Judá reduzido a um grupo de canponeses ligados à terra da qual
tiravam sua sobrevivência.
Quase
todas as cidades haviam sido destruídas. Os citadinos que ficaram tiveram de
voltar ao trabalho da terra, por necessidade, atribuindo-se os campos dos que
haviam sido deportados ou desaparecido durante a guerra. É o que nos dá a entender Jr. 39,8-10.
Após a morte de Godolias, provavelmente os babilônios anexaram esta população
dispersa nas campanhas à província da Sarnaria. Paradoxalmente recriaram a
unidade do povo de Israel, mas num estado calamitoso: um povo humilhado,
desorganizado, em território ocupado e controlado pelos babilônios.
O livro
das Lamentações expressa admiravelmente a fraqueza do povo de Judá que tinha
somente as ruínas do Templo como ponto de referência e sobre as quais
continuavam a celebrar os sacrificios não sangrentos: oblação e incenso.(cf. Jr
41,4-5)
O GRUPO DOS EXILADOS
Os
judeus exilados em 597,587 e 582 representavam a elite da população, as classes
dirigentes - notáveis e altos funcionários, e os operários especializados -
artesãos. O número dos deportados de 597, parece ter atingido o número de
10.000 (cf. 2 Rs. 24,14.16). Este número não confere com o que nos diz Jr.
52,28-30. No entanto, podemos supor um total de 20.000 pessoas, incluindo
mulheres e crianças entre as 3 deportações. Na leva de 582 estavam também
incluídos os pobres da terra.
O estilo
de deportação dos babilônios foi diferente da dos assírios. Os assírios
misturavam os prisioneiros entre as populações estrangeiras a fim de evitar o
reagrupamento dos exilados da mesma nação. Os babilônios não dispersaram os
grupos de deportados, permitindo o reagrupamento em campos ou cidades da
Babilônia.
O
profeta Ezequiel menciona Tel Abib - “Colina da primavera” perto do rio Cobar
(Ez 3,15). Isto quer dizer o “Naru Kaburu” um dos grandes canais babílônicos.
Pode-se também mencionar Tel Mela, Tel Harsa, Querub, Adon Emer ( Esd. 2,59; Ne 7,61) situadas no
coração da Babilônia, não longe das cidades de Nipur e Babilônia.
O
reagrupamento dos exilados permitiu-lhes uma certa vida comunitária. Eles
podiam se reunir facilmente, se organizar ao redor dos “anciãos”, escutar os
profetas e continuar ligados pelo correio com o que se passava na terra, pelo
menos até 587. Sendo que o chefe legítimo, rei Joiaquin, estava prisioneiro,
foi Ezequiel, o profeta que se revelou como líder espiritual dos exilados, reanimando
sua coragem, denunciando as esperanças vãs de um rápido retorno, criticando as
faltas passadas e os exortando a voltar para YHWH, misteriosamente presente no
meio deles(cf. Ez. 1).
De
Jerusalém, Jeremias transmitia através de carta, uma mensagem semelhante.
Recomendava aos exilados de não prestar ouvidos a vãs esperanças e sim se
preparar para um exílio bastante longo(cf Jr. 29,4-7).
Estas
recomendações bastante realistas explicam porque desde a primeira deportação os
exilados se mostraram empreendedores. Alguns fizeram fortuna no comércio ou na
alta administração. Tendo recebido uma formação que os tornava aptos para
ocupar altas funções no comércio ou administração, possuindo mão de obra
especializada que era bastante procurada, a maior parte dos primeiros exilados
encontraram seu lugar numa sociedade e economia em plena expansão. No entanto
guardavam um forte sentimento de pertença nacional e esperavam voltar um dia ao
pais, esperança longínqua alimentada pelos profetas(cf. Ez. 37 - a visão dos ossos
secos que significa a ressurreição nacional).
O
sentimento nacional e a esperança de renovação eram reforçadas pelo
reagrupamento dos exilados em torno de seus líderes: o representante da
dinastia davídica, os “anciâos de Israel” e os sacerdotes.
Ä O representante da dinastia
davídica. O rei Joiaquin deportado em 597 era considerado um rei legítimo. Os exilados saudaram sua
libertação em 560 após a chegada de Evil Merodac (Amil Marduk) que o libertou,
como um sinal que anunciava a renovação nacional. Tanto mais que Joiaquin e sua
família tiveram lugar na corte babilônica ( cf 2 Rs. 25,27-30). Foi provavelmente em reconhecimento desta
libertação que Joiaquin deu nomes babilômcos a alguns de seus descendentes.
Ä Os “Anciãos de Israel”. Os
anciãos eram os chefes tradicionais dos exilados. Estes conservavam a
organização da família ampliada, clã e tribo, com referência particular ao
lugar de origem.
Ä Os sacerdotes de Jerusalém. Como
dissemos anteriormente, quase a totalidade dos sacerdotes foi deportada na
primeira leva. Eles se revelaram naturalmente como autoridades religiosas
depositárias das tradições israelitas. Não é por acaso que um deles, Ezequiel
seja “filho de Buzi”(Ez; 1,3) que ficou para sempre chefe espiritual dos
exilados. Não tendo mais que se ocupar do Templo e dos sacrifícios os
sacerdotes tornaram-se guardiões do ensino e da tradição israelita junto aos exilados. Com este objetivo
redigiram a história e a lei sacerdotal. Eles insistiram particularmente nos
ritos que diferenciavam os exilados daqueles que os cercavam: a clrcuncisão, os
tabus alimentares (puro- impuro) e as festas. O contato com os babilônios e sua
astrologia permitiu uma reforma do tradicional calendário lunar, com a proposta
de um novo calendário, o “calendário sacerdotal”, mais preciso que o anterior.
Talvez foi na ocasião desta reforma que transpuseram a data do “shabat”
tradicionalinente ligado à lua cheia, para uma festa de cessar o trabalho de 7
em 7 dias, inspirados no calendário mesopotânico dos “dias perigosos”.
Embora
a maior parte dos exilados tenha sido levada para a Babilônia, esta não foi a
única região a receber o povo de Israel disperso. Eles se refugiaram também nos
países limítrofes: Amon, Moab, Fenícia, Filistéia e Egito. O exemplo dos
oficiais que se salvaram da mão de Ismael (cf. Jr. 41,11-18) mostra bem como o
Egito, antigo aliado, tornou-se terra de asilo, especialmente para militares
que perderam o emprego. Muitos grupos de israelitas foram empregados como
mercenários nas diversas cidades de guarnição militar egípcia: Migdol, Tafnes,
Menfis e Elefantina(segundo Jr 44,1 “país do sul”). A colônia judaica de
Elefantina tornou-se conhecida recentemente pelas ostracas e papiros aramaicos
que foram descobertos na região.
O
contexto internacional dos exilados - diáspora - e daqueles que permaneceram na
terra mudou rapidamente. Depois de Evil Merodac ou Amil Marduk – 561-560, e Neriglissar -559 - 556,
Nabonide tomou o poder - 556 -539. Ele realizou uma política religiosa
original, favorável ao deus lunar Sîn. Isto suscitou reação dos sacerdotes de
Marduk. Nabonide se apossou do oásis Teima, na Arábia, one ficou por dez anos,
deixando seu filho Baltazar (Bel- shar- usur) governando a Babilônia. Durante
sua ausência o rei da Pérsia, Ciro, tomou Ecbatána em 550, após ter vencido o
rei da Líbia, Cresus, ele conquistou sua capital Sardes em 547/546. Voltando à
Babilônia, Nabonide não conseguiu uma resistência eficaz e o governador de
Gutium, Gobrias, passou para o lado de Ciro.
Junto
com Gobrias, uma parte da população sustentada pelos sacerdotes de Marduk
acolheram Ciro como libertador, celebrado pelos oráculos do Deutero Isaías -
Is. 40-55. Em 539, Baltazar foi assassinado e Nabonide feito prisioneiro. Ciro
entrou triunfante na Babilônia. Uma nova fase e um novo império se apossava de
todo o Oriente.
O
período da história do exílio da Babilônia e a continuidade da vida dos
israelitas na diáspora foi um momento de aprofundamento da fé javista e ao
mesmo tempo um momento de ampliar a revelação. O povo de Israel havia perdido o
Estado, o Templo, e todas as seguranças externasque poderiam fazê-lo pensar na
impossibilidade de que uma catástrofe pudesse se abater sobre o povo. No
exílio, sem terra, sem rei, sem Templo, foi o momento do confronto e da busca
do Deus verdadeiro. A descoberta de civilizações bem mais avançadas com a
multiplicidade de deuses fez com que o povo procurasse definir sua identidade a
partir do Deus UM. Os meios encontrados foram novos, dinamizados e sustentados
pela tradição israelita, pelo codigo da Aliança, pela Palavra de Deus no meio
do povo. A vida dos exilados passou a se organizar em torno da Palavra de Deus,
a Torá revelada no Sinal.
Assim
foi nascendo a identidade no modo de viver de Israel no meio das nações, a
partir dos sinais e símbolos visíveis que identificavam o fiel da Aliança
O sábado — “Shabat” -
tornou-se cada vez mais o sinal distintivo do judeu fiel. cf Jr. 17,19-27; Is. 56,
1-8; 58, l3-14. Um sinal perpétuo instituído na criação.(cf (Gn 2,2ss), dizendo
que Israel era Israel. Ez. 20,12-14. Na tradição judaica os mestres dirão: “Mais do
que Israel guardou o sábado, o sábado guardou Israel”
A circuncisão — sinal da Aliança, marca distintiva da pertença ao povo judeu cf.Gn
17,9-14
Leis rituais e alimentares - símbolos de uma religião que procurava ser vivida nos atos mais simples
do dia a dia, dando vida e lembrando a presença Shekiná de Deus no seio da comunidade .
A grande esperança - A volta à SION - JERUSALÉM - a restauração do país,
a volta e o ideal utópico de um estado no padrão tribal, uma teocracia
VOLTA DO EXILIO NO IMPÉRIO
PERSA - 538 - 332
Em 538
Ciro promulgou um edito permitindo a volta dos exilados ao seu país de origem.
Ordenou a reconstrução do Templo de Jerusalém às custas do tesouro real. Mais
do que isto, ele devolveu “os objetos de ouro e prata que Nabucodonosor havia tirado do Templo de
Jerusalém e levado para a Babilônia”. cf. Esd. 1,2-4; 6,5. O Edito de Ciro aparece como resultado da
prática política adotada pelos Aquimedes e seus sucessores em relação aos
exilados. A tolerância religiosa e cultural dava aos povos dominados uma certa
autonomia sob o controle centralizado e burocrático bastante complexo e
eficiente dos persas, através do seu sistema de comunicações.
Sassabasar,
corruptela de Sin-Ab-Assur, “príncipe de Judá”, recebeu a missão de reconstruir
o Templo e Ciro lhe confiou os vasos sagrados. Para desempenhar com eficácia
sua tarefa, parece ter recebido o título de “péa”, prefeito ou governador da
província de Judá que em aramaico se diz “yehud medînata” cf.Esd. 5,8-17.
A
identidade de Sasabassar não é muito segura, mas provavelmente trata-se do
filho caçula de Joiaquin chamado Senasser em 1 Cr. 3,18. Sua missão foi quase
um fracasso. Se ele recolheu contribuições importantes em dinheiro, o mesmo não
se deu com a iniciativa de reunir pessoal para voltar. O número de exilados que
voltaram foi pouco numeroso. Chegando a Jerusalém, ele colocou as fundações do
Templo (cf. Esd. 5,16) mas os trabalhos foram interrompidos rapidamente e
talvez totalmente abandonados com a morte de Ciro. O sucessor de Ciro,
Câmbises(530-522), concentrou todas as suas energias para conquistar o Egito em
525.
Após a
morte de Câmbises e uma guerra de sucessão, a chegada de Dario (521-486) parece
ter sido ocasião para uma nova volta de exilados para Jerusalém, sob a direção
de Zorobabel, filho de Salatiel, o primogênito de Joiaquin, nomeado “governador
de Judá” e de Josué, filho de Josedec, o sumo sacerdote(cf. Ag.1,1; Esd.2,2).
Zorobabel e Josué restabeleceram o altar sob as fundações e desenvolveram a
regularidade dos sacrificios e festas. Encorajados pelo profeta Ageu(520) e
Zacarias (520-518), testemunhos de agitação religiosa e do zelo do Templo,
animam os repatriados à reconstrução do Templo(cf. Esd.3). Como o tesouro
nacional participava nesta reconstrução, o governador da província
Transeufratena fez uma pesquisa e exigiu a confirmação da ordem de reconstrução
de Dario.
Conforme
sua política geral, Dario confirma o edito de Ciro(cf.Esd. 6,3-12). Os
trabalhos avançaram rapidamente utilizando cedros do Líbano e mão de obra
especializada fenícia. Bem mais modesto do que o Templo inaugurado por Salomão,
este “segundo Templo” foi terminado em 515 e inaugurado por ocasião da Páscoa
deste mesmo ano(cf.Esd. 6,13-22).
O
período que segue à inauguração do Templo é um pouco obscuro. Com a construção do
Templo havia se desenvolvido a esperança de uma restauração do reino de Judá,
tendo à frente os descendente davídico Zorobabel e o sumo sacerdote sadoquita
Josué(Zac. 3,1-7). Provavelmente as autoridades persas cuidaram para que esta
visão não se realizasse.
As
escavações arqueológicas trouxeram ao conhecimento estampilhas e selos desta
época. Parece que Hananias sucedeu seu pai Zorobabel na função de governador. Em
seguida, Elnatan casado com Salomit, genro de Zorobabel foi quem o sucedeu (cf.
1 Cr. 3,19). A partir deste momento o cargo de “governador de Judá” escapou da
linha davídica. As estampilhas aramaicas “yeud” indicam que dois outros
governadores (Yeózer e Alsay) haviam organizado muito bem os impostos para os
produtos em espécie: trigo, vinho e óleo, na primeira metada do século V(cf Ml.
3,8ss). As arrecadações tornaram-se cada vez mais pesadas pois o governador e
seus servidores guardavam uma parte chamada “pão do governador”, costume que
será denunciado por Neemias (cf. Ne. 5,15).
Em princípio,
estes impostos deveriam permitir a continuação dos trabalhos de renovação e
fortificação de Jerusalém, mas no início do reinado de Artaxerxes I (464-424),
os trabalhos foram suspensos pela intervenção dos altos funcionários da
província Transeufratena, o chanceler Rehoum e seu secretário Samsai, com o
pretexto de interditar uma rebelião(cf Esd. 4,6-22).
Para
tentar desbloquear a situação Neemias(445),
filho de Hacalias, funcionário do rei Artaxerxes, consegue ser enviado como
governador de Judá com plenos poderes para reconstruir as muralhas de Jerusalém
(cf. Ne 1-2). Com a ajuda do
sumo sacerdote Eliasib e apesar das ameaças ciumentas dos governadores
vizinhos, Neemias reconstruiu a muralha em 52 dias( cf. Ne. 6,15). Em seguida, Neemias organizou o repovoamento de
Jerusalém pedindo às cidades vizinhas que um homem em dez fosse designado como
voluntário para morar na capital (cf. Ne. 7,4-72). Assim foi possível realizar
a inauguração da nova muralha(Ne. 12,27-29).
Para
diminuir o pesado clima social que se criou pelas más colheitas e pelos
impostos, empréstimo a juros elevados que rapidamente levava as pessoas a serem
vendidas por dívidas, Neemias fez os credores aceitarem o perdão geral das dívidas
e diminuiu os impostos renunciando pedir o “pão do governador” (cf. Ne. 5).
Neemias
foi convocado a voltar para junto do rei Artaxerxes em 433. Voltando à
Jerusalém algum tempo depois, ele se esforçou para fazer o povo aceitar a lei
deuteronomista em todo o seu rigor. Ele denunciou as agitações promovidas pelo
sacerdote Eliasib em favor de seu parentes, o governador amonita, Tobias. Ele
será excluído da assembléia israelita a partir de Dt 23,4. Neemias reorganizou ainda
o serviço do dízimo em favor dos levitas(cf. Ne. 13). Ele se opôs aos
casamentos mistos, prática que vinha do exemplo da família do sumo sacerdote
Eliasib cujo neto havia casado com a filha de Sanbala, governador de Samaria. É nesta época que devemos localizar a
novela de Rute, a moabita, como sinal de recusa à política de Neemias. Ele
impôs também o respeito ao sábado, fechando as portas de a Jerusalém a fim de
impedir o comércio da cidade durante este dia(cf. Dt. 5,12-15). Também nesta
época podemos localizar o livro do Cântico dos Cânticos onde a protagonista é
uma mulher amada e amante, questionando as estruturas patriarcais da época ao
fazer da mulher a principal protagonista, mesmo se o livro é atribuido a
Salomão pode-se ver que a Sulamita tem a maior parte da fala em todo o livro.
O fim
do governo de Neemias e a história posterior continuam obscuras. Pelo papiro 30
de Elefantina chegou-se ao conhecimento de que o governador de Judá em 407 se
chamava Bagoas. A troca de correspondência ligadas à destruição do templo de
Elefantina nos revelam que o sumo sacerdote de Jerusalém se chamava Yohanan(cf.
Ne. 12,22) e que o governador da Samria era Dalaia, filho de Sanbala. A
correspondência civil e religiosa entre Judá e Samaria revelam os problemas
colocados pelos diferentes costumes judaicos divergentes no que se refere ao
culto, calendários e sacrificios. Neste contexto se situa a missão de Esdras. A
data de sua missão continua a ser discutida. Alguns a situam em 458, outros em
398 no tempo de Artaxerxes II. Esta última parece ser a mais provável. No
contexto geral parece que a missão de Esdras foi posterior ao governo de
Neemias.
Segundo
a terminologia oficial firmando a missão de Esdras por Artaxerxes, ele era “sacerdote Esdras, escriba
da Lei de Deus dos Céus” (cf. Esd. 7,12)
e é como sacerdote especializado nos textos da tradição judaica que Artaxerxes
lhe pediu para reunir, harmonizar e unificar as diversas tradições, e de um
modo particular o culto. A partir deste momento as autoridades persas disporiam
de uma referência escrita oficial em suas relações com a comunidade judaica, tanto
na terra de Judá como na Babilônia e em todo o império persa. Tal missão era de
acordo com a política geral das autoridades persas e paralela à atitude de
Dario em relação às tradições religiosas egípcias. A tarefa era tanto mais
urgente pois Artaxerxes desejava poder se apoiar em uma população estável,
fiel, na terra de Israel, pois o Egito tinha se tornado independente em 401 e o
império persa havia revelado sua fraqueza diante da marcha dos “dez mil”
gregos.
Qual
seria o conteúdo da “Lei do Deus dos Céus” que Esdras estava encarregado de promulgar como tendo valor também no
plano civil? (Esd. 7,26) Muitos indícios levam a pensar que se trata do atual
Pentateuco, a Torá unificada pela redação sacerdotal que harmonizou as tradições
mais antigas com o código de Santidade e sobretudo com o calendário sacerdotal.
Para
melhor desempenhar sua delicada missão de unificação jurídica, Esdras se fez
acompanhar por um número importante de repatriados, em particular de sacerdotes
e levitas. Trouxe consigo 650 talentos de prata e 100 talentos de ouro e
objetos preciosos(cf. Esd. 8). Graças aos presentes e aos acompanhantes ele foi
favoravelmente acolhido. Ele promulgou a nova Lei durante uma assembléia solene
no primeiro dia do sétimo mês, isto é na festa de “Rosh-ha-shana” - Cabeça do ano ou simplesmente início do ano, festa do ano novo. Em
seguida o povo celebrou a festa das cabanas(Ne. 8). Mas foi preciso passar à
aplicação concreta da Lei: após o jejum da confissão dos pecados, decidiu-se pelo
reenvio das “mulheres estrangeiras”, o que foi feito clã por clã, com a supervisão dos chefes
tradicionais(Esd. 9-10). Apesar de não termos mais informações nos textos
bíblicos sobre o sucesso de Esdras como “ministro de Estado
encarregado das questões judaicas” o que
sab emos é a que, de fato, a Torá foi aceita nas províncias da Judéia e a
importância dada à sua missão se faz perceber pelo lugar de honra que o
Pentateuco no desenvolvimento da história, tanto na tradição judaica como
samaritana.
O fim
do período persa na terra de Israel resta obscuro. O contexto internacional
evoluiu rapidametne e foi marcado pela revotla dos sátrapas do oeste com o
apoio do Egito em 367. Esta revotla foi severamente punida. Contudo, em 332
Alexadre oo grande será o novo dono de toda a região.
Para a
terra de Israel, a dominação persa pode ser considerada globalmente como um
período de paz que trouxe uma crescente prosperidade como testemunham as
descobertas arqueológicas. O território da Judéia obteve um crescimento demográfico
bastante importante. Além do crescimento normal da população que havia ficado,
as sucessivas vagas de volta dos exilados se juntaram à população local. Pelo
status social e riqueza dos que voltaram, provavelmente se instalaram nas
cidades e particularmente em Jerusalém e seus arredores. O recenseamento da
província da Judéia relatados em Esd. 2,1 e Ne. 7,6 podem corresponder a um
recenseamento real realizado no governo de Zorobabel. A partir dos nomes das
cidades que são citadas, a província da Judéia não representava nada mais do
que uma faixa de terra em volta de Jerusalém, depois de Jericó até Lod à oeste
e Belém e Netofa ao sul, até Betel e Ai ao norte, com uma população de 50 mil
habitantes.
Segundo
Ne. 3,9.12-18, a
província da Judéia era dividida em setores ou cantões que rebiam o nome de “pelek”e a
escala administrativa superior, após Dario, era ligada à quinta satrápia
Transeufratena ou Além Eufrates. As estampilhas aramaicas “yehud”,
seguidas ou não do nome próprio, indicam os impostos “in natura” ligados à arrecadação feita pela administração provincial. As estampilhas
com o nome do governador indicam a parte de imposto reservada ao governador, “pão do governador”. Se o governo
persa era tolerante quanto aos costumes e práticas religiosas, no caso dos
impostos era bastante inflexível. O governador de cada província devia enviar
anualmente uma soma fixa ao governo central. Em troca, o tesouro nacional devia
ajudar o financiamento de obras públicas, especialmente a reconstrução do
Templo. Esta proteção do culto nacional reforçava o prestígio do sumo sacerdote
de Jerusalém. Este, após o afastamento da dinastia davídica do cargo de
governador, aparece como o único representante legitimo das tradições nacionais
e seu papel político-religioso era reforçado pelas alianças matrimoniais com as
famílais dos governadores das províncias vizinhas.
O aramaico
era a língua oficial da administração persa nas províncias do Oeste, a escrita
e a língua aramaica progrediram rapidamente na província da Judéia porque a administração estava nas mãos dos exilados
vindos da Babilônia, para os quais o aramaico já era a língua usual. As
inscrições deste período encontrada pela arquologia são feitas em aramaico e
uma escritura paleo hebraica, tanto na Judéia como na Samaria. No entanto, o
hebraico continuava a ser falado nas aldeias pelo povo simples. E mais, o
hebraico continuou a ser utilizado para a cópia dos textos antigos. Foi somente
a partir da missão de Esdras em 398 e para facilitar a leitura da Lei aos
funcionários do Império Persa que se começou a utilizar a escritura aramaica
para copiar textos bíblicos, escritos que se chamarão mais tarde de “hebraico
quadrado”.
A
diferença linguística recobre em parte uma diferença de classe social. Os
repatriados, mais ou menos aramaizados, desprezavam e por vezes exploravam o
povo simples que havia ficado no
país(cf. Ne. 5,15) bem como a
população samaritana suspeita, por ser de origem mestiça. Estas
tensões sociais foram particularmente vivas durante o governo de Neemias. Entretanto
a oposição entre judeus e samaritanos nesta época não deve ser exagerada: tanto
quanto as cartas de Elefantina como a adoção do Pentateuco como lei na
província de Samaria mostram que as duas populações tinham o sentimento nítido
de fazer parte da mesma comunidade étnica religiosa, a obediência à mesma Lei,
ajuntava-se de agora em diante ao critério de pertença a um clã ou tribo
israelita.
Apesar
do grande número de exilados que voltou, sabemos que um importante número de
judeus permaneceu na Babilônia onde ocupavam cargos e funções administrativas e
econômicas. A missão de Esdras e Neemias mostra bem que certos judeus ocupavam
altas funções na corte persa sem conrtar as relações com aterra de origem. Não
é de admirar que a Babilônia será o local em que se realizará a fusão das
diversas tradições do Pentateuco numa só tradição, a Torá, que assegurou a
unidade e identidade do povo judeu na diáspora e na terra de Israel no decorrer
de toda a sua história.
Além da
Babilônia, o Egito foi uma das regiões que reuniu o maior número de exilados(Is.
19,16-25), em particulare no baixo Egito. Durante a dominação grega uma
importante comunidade judaica irá se desenvolver em Alexandria. Para
o alto Egito temos o testemunho da comunidade de mercenários judeus de elefantina
atestada pelos papiros e ostracas do V século(514-398), falando dos problemas
ocncretos do cotidiano: alimentação, compra, venda, casameno, divórcio,etc...
No “tempo dos reis do Egito”(VI século) esta comunidade cosntruiu um templo
dedic ado a Yahô no qual
eram celebrados sacrifícios. Em 410, este templo foi saqueado e destruído pelos
egípcios, foi então que a comunidade escreveu aos governadore da Judéia e da
Samaria para lhes pedir apoioe estes responderam favoravelmente. Eles
especificaram que doravane eles não ofereceriam mais incenso e sacrifícios
neste tremplo. Provavelmente por serem estes reservados ao Templo de Jersualém.
A
importância das comunidades judaicas na Babilônia e no Egito não nos devem
fazer esquecer os outros judeus dispersos um pouco em toda parte do Império
como faz ver Abdias 20 e provavelmente na Arábia do norte como atestam as
inscrições arqueológicas destes lugares.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
B’ reishit ברסשית
Gen. 1,1-6,8
The Book of Genesis is a
book of beginnings. It does not appear to tell of human growth and development
in a way palatable to moderns, schooled in the principles of evolution. Indeed,
Genesis - as well as succeeding books - freely mixes devolution (descent from
primal eminence) with evolution (ascent from a lower to a higher stage).
Religion and moral insight are not generally presented in the Bible as a
process of slow and painful moral growth; quite the contrary, religious genius
appears repeatedly without traceable antecedents, as, for instance, in the case
of Abraham. This, however, should not cause us to dismiss such stories as
"improbable", for moral history is not like physical history.
Mutations in the realm of the spiritual seem to have occurred frequently in
human experience, and the biblical record of such mutations. the very creation
of the people of Israel, to which the Torah is devoted, breaks the rules of
mechanical evolution.
“O livro de Gênesis é um livro de começos. Ele não aparece para falar de
crescimento e desenvolvimento humano de uma forma aceitável para os modernos,
para escolarizados nos princípios da evolução. de fato, Genesis - bem como
sucessivas livros - mistura livremente devolução (descida de eminência primal),
com evolução (subida de um menor para um estágio superior). Religião e
discernimento moral não são geralmente apresentados na Bíblia como um processo
de crescimento moral lenta e dolorosa, muito pelo contrário, o gênio religioso
aparece repetidamente sem antecedentes rastreáveis, como por exemplo, no caso
de Abraão. esta, porém, não deve levar-nos a rejeitar tais histórias como
"improvável", para a história moral não é como a história física.
mutações no reino do espiritual parecem ter ocorrido com frequência na
experiência humana, e a Bíblia registra tais mutações. a própria criação do
povo de Israel, para que a Torá é dedicado, quebra as regras da evolução
mecânica”.
Prologue: Creation
Chapter 1 and the first
three verses of Ch. 2 serve as the poetic prologue, setting the stage for the
universal drama that is about to commence. One the scene is set, once order has
been brought out of chaos, once heaven and earth, plants and animals have been
created, the epic story of humankind can begin.
The prologue is cast in
the form of a prose poem. It is written in terse, controlled phrases with
rhythmic repetitions, the slow ascent of the cosmic drama culminating in the
creation of humankind and the serene postscript describing the sanctification
of the seventh day.
In sparse, austere
language, it speaks of God, the word, and humans in relationship to each other
and reveals the basic and unalterable dependence of the world on the presence
of God.
The prologue tells, with
the assurance of faith, of life's foundations, and it is in the light of this
faith that it must be read and understood.
Prólogo: Criação
Capítulo 1 e os três primeiros versículos do cap. 2 servirá de prólogo
poético, preparando o palco para o drama universal que está prestes a começar.
Uma cena está definido, uma vez que a ordem foi trazido para fora do caos, uma
vez que o céu ea terra, plantas e animais foram criados, a história épica da
humanidade pode começar.
O prólogo é lançado na forma de um poema em prosa. Ele é escrito em frases
concisas controladas com repetições rítmicas, a subida lenta do drama cósmico
que culmina na criação da humanidade e do posfácio sereno descrevendo a
santificação do sétimo dia.
Em esparsa, língua austera, fala de Deus, a palavra, e os seres humanos em
relação uns aos outros e revela a dependência básica e inalterável do mundo
sobre a presença de Deus.
O prólogo diz, com a certeza da fé, das fundações da vida, e é à luz desta
fé que deve ser lido e entendido.
The Lines of Heaven,
Earth, and Primeval Humankind
Chapter 2, verse 4, begins
the tale of "earth and heaven" and particularly the epic of
humankind. This part of the book continues to near the end of the next sidrah.
living in Eden (2,4-24)
Language and tone now
change markedly: spare rhythms marked ch. 1; a familiar, personal, and frankly
human manner when speaking of God marks what follows, and the divine cognomen
is expanded to "God Eternal." The order of creation is changed, too:
in ch. 2 the order is reversed; in ch 1 humankind began with male and female,
in ch. 2 with male only. Where before humans appeared in generic form, they now
become concretely human: they speak and feel.
(Because of these
differences the two creation stories have been seen as stemming from two
different traditions. The former is assigned to a source known as
"P", the latter to one called "J", though this division is
disputed by some scholars.)
In the text as we now have
it,ch. 1 may be seen as the ideal and ch. 2 as the actual state of creation.
thus, the derivative origins of woman in ch. 2 reflected her prevailing social
condition, while ideally (as told in ch. 1) men and women were created together
and equal.
As Linhas de Céu, Terra e Humanidade primitiva
O capítulo 2, versículo 4, começa o conto de "o céu e a terra" e,
particularmente, o épico da humanidade. Esta parte do livro continua perto do
final da próxima Sidrah.
Vivendo no Éden (2,4-24)
Linguagem e o tom agora mudam significativamente: peças ritmos marcados ch.
1; uma forma humana familiar, pessoal, e, francamente, quando se fala de Deus marca
que se segue, e o cognome divino é expandido para "Deus Eterno". A
ordem da criação é alterada, também: no cap. 2 a ordem é invertida, no ch 1 a
humanidade começou com homem e mulher, no cap. 2 apenas com homem. Onde antes
dos seres humanos apareceram em forma genérica, que agora se tornou concreta
humana: eles falam e sentem.
(Devido a estas diferenças as duas histórias da criação ter sido visto como
decorrente de duas tradições diferentes. A primeira é atribuída a uma fonte
conhecida como "P", este último para um chamado "J", embora
esta divisão é contestada por alguns estudiosos. )
No texto, como temos agora, cap. 1 pode ser visto como o ideal e ch. 2 como
o estado real da criação. Assim, as origens de derivativos de mulher em ch. 2
reflete sua condição social vigente, enquanto que o ideal é (como dito no
capítulo 1.) homem e mulher foram criados juntos e iguais.
Expulsion from Eden
(2,25-3,24)
The first two chapters of
Genesis spoke of the origins of the world in its original condition. now the
focus turns to growth, to humankind's actual condition, and to the general
challenge of being human.
Here, once again, the
underlying Near Eastern traditions that helped to shape the Eden story have
been radically recast to express an explicit view of God and humankind: the
transcendent Creator of all has formed us that we might freely do God's will.
In the Babylonian epic of Gilgamesh, the hero loses his immortality not only
through weakness but also through accident, for the serpent steals the
life-giving plant. In another Near Eastern tradition, the tale of Adapa, immortality
is lost by deliberate misrepresentation. In the Bible, the loss of Eden is ultimately
traceable to human volition and action. If we fail to live up to our potential,
it is our own and no one else's doing.
Expulsão do Éden (2,25-3,24)
Os dois primeiros capítulos do Gênesis falam das origens do mundo em sua
condição original. Agora o foco se volta para o crescimento, para a humanidade
da condição real, e ao desafio geral do ser humano.
Aqui, mais uma vez, a base perto da tradições orientais que ajudaram a moldar a
história do Éden foram radicalmente reformulado para expressar uma visão
explícita de Deus e a humanidade: o Criador transcendente de todos os que nos
formou para que possamos livremente fazer a vontade de Deus. Na Babilónia épico
de Gilgamesh, o herói perde sua imortalidade, não só por fraqueza, mas também
por acidente, pois a serpente rouba a planta que dá vida. Em outra tradição do
Oriente Médio, o conto de Adapa, a imortalidade é perdido por deturpação
deliberada. Na Bíblia, a perda do Éden é em última análise, feita com base em
vontade e da ação humana. Se deixarmos de viver de acordo com o nosso
potencial, é a nossa própria vontade e de ninguém mais que está fazendo.
Cain and Abel (4,1-26)
Adam and Eve's eviction
from Eden and their consequent mortality imply a sharing of important powers by
God with humans. Both the creation and termination of life now rest with them -
the former with the help of the Eternal (Gen. 4,1), the latter in defiance of
God (the killing of Abel).in the story of Cain and Abel, the human relationship
to God is explored in a social setting. it is in this context that choices
between good and evil will hence-forth have to be made. And it is in this
context that the interplay between human and divine responsibility must be
viewed.
The story of the brothers
also introduces a secondary theme that will recur often in the Bible: the
struggle between siblings. Time after time our sympathy will be directed toward
the younger one. Now, even as Abel dies, a still younger sibling, Seth, provides
the link with the future.
Primeval Humankind
(5,1-6,8)
In this section the Bible
presents the second of its genealogical lines. The first was that of heaven and
earth (Gen. 2,4), the second is the line of human progeny. The careful listing
of names (which occurs twice) and the detailed accounts of legendary long find
their parallels in other ancient Near Eastern traditions. These annotated
genealogies bridge the gap between Adam and Noah, show the rise of
civilization, and try to explain the present day limitations of human life
expectancy.
Caim e Abel (4,1-26)
A expulsão de Adão e Eva do Éden e sua consequente mortalidade implica uma
partilha de poderes importantes por Deus com os seres humanos. Tanto a criação
e extinção de vida agora descansar com eles - o primeiro com a ajuda do Eterno
(Gn 4,1), este último em desafio a Deus (o assassinato de Abel) na história de
Caim e Abel, o relacionamento humano com Deus é explorado em um ambiente
social. É neste contexto que as escolhas entre o bem e o mal, portanto, vaivém
tem que ser feita. E é nesse contexto que a interação entre a responsabilidade
humana e divina deve ser visto.
A história dos irmãos também introduz um tema secundário que deverá
repetir-se muitas vezes na Bíblia: a luta entre irmãos. Vez após vez a nossa
simpatia vai ser direcionado para o mais novo. Agora, mesmo que Abel morra, um
irmão ainda mais novo, Seth, fornece a ligação com o futuro.
Humanidade primitiva (5,1-6,8)
Nesta seção, a Bíblia apresenta a segunda de suas
linhas genealógicas. A primeira era que o céu e a terra (Gn 2,4), a segunda é a
linha de descendência humana. A lista cuidadosa de nomes (que ocorre duas
vezes) e as contas detalhadas da fabula encontra longo seus paralelos em outras
tradições do Oriente Médio antigos. Essas genealogias anotadas preenchem a
lacuna entre Adão e Noé, mostram a ascensão da civilização, e tenta explicar as
limitações dos dias atuais da expectativa da vida humana.
sábado, 23 de março de 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
MONTE SION
Monte Sion: No periodo bíblico inicial o monte Sion era
entendido como a cidadela de David: IISm 5,7. Mais tarde, com o desenvolvimento
e expansão da cidade o monte Sion vai se deslocando e depois assume toda a
colina onde se encontra Jerusalém. Mas o proféta Miquéias 3, 12 faz uma
distinção em que situa a montanha do Templo e a outra, porisso do outro lado do
vale do Tyropeão, que é a colina onde está o chamado, hoje, Sion. Mas de
maneira geral seja a Bíblia como a tradição rabínica e cristã vão compreender
Sion como uma visão teológica em que abrange todo. Ver p.e.: Is 2, 1-3.
1- Cenáculo e Tumulo de David - A Igreja da
Dormição foi construida em 1900.
Naturalmente, David foi enterrado na sua cidade
sobre a colina oriental (IRs 2,10) e mesmo so os Bizantinos designam a colina
ocidental como o monte Sion, ninguem pensava em situar ali o túmulo de David
antes do final do X século d.C. Esta idéia foi mal aceita pelos cruzados e os
judeus e os musulmanos permaneceram incredulos até o século XV. Finalmente,
para proteger o tesouro legendário que teria sido enterrado com o Rei David
(Flavio Joseph, Antiguidades, !6, 179-182), os franciscanos foram expulsos do
edifício que eles tinham renovado no inicio do século XIV.
A tradição do Cenáculo como o último lugar da
Ceia, ela também, e mal definida. Ela foi notada pela primeira vez no inicio do
V século; ela é uma variação de uma outra tradição melhor fundada que situava
sobre o monte Sion a descida do Espírito
Santo sobre os Apóstolos em Pentecostes (Cirilo de Jerusalém, em torno de 348).
Segundo a Bíblia, este acontecimento se produziu na “sala superior” (Atos, 1,3;
2, 1), e era normal de supor que esta mesma sala fora o lugar onde aconteceu a
Ceia. (Mc 14,15).
O Peregrino de Bordeaux (333), não estabeleceu
nenhuma ligação entre os acontecimento relatados nos Evangelhos e o monte Sion.
Egéria (384) afirma no entanto que havia uma construção associado à Pentecostes
dado que ela escreve: “Este lugar é agora transformado em Igreja.” Talvez a
comunidade cristã de jerusalém teria continuado a frequentar esta sinagoga que,
segundo o peregrino de Bordeaux, era a única entre as sete sinagogas primeiras
sobre o monte que restou. Alguns expertos sugeriram que “o túmulo de David”
poderia ser uma antiga sinagoga por causa do nicho na sua parede setentrional.
Mas esta interpretação foi posta sob reserva, dado que os critérios empregados
para determinar a data das Sinagogas são ainda inseguros. As pedras do nicho
são fendidos, sem dúvida pelo calor do incendio que devorou a Igreja de Sion em
614 e em 965.
As poucas informações encontradas pelos pesquisadores
dão uma imagem vaga desta Igreja, “A Mãe das igrejas”, além dos dois fragmentos
de alvenaria antiga que sobrevivem dela, eles descobriram dois documentos: um
esboço de Arculf (670) e uma descrição datando do século IX com uma estimação
de dimensões da igreja. Quando os cruzados chegaram a Jerusalém, a igreja
estava abondonada fora dos muros e estava em ruinas. Ela aparece entre as
estações da procisão de penitência que precedeu o último ataque em julho de
1099. A igreja renovado se torna um encanto da cidade até meado do século XIII
onde, de novo em ruina, ses escombros foram utilizados por causa de seus blocos
de pedra esquadriadas.
Resumo de: Jerome Murphy-O’Connor, Guide
Archeologique de la Terre Sainte, Denoël, 1982, 98.
2- A atribuição judeo-cristã da Sinagoga do monte
Sion
J. W. Hirschberg, baseando-se sobre os trabalhos
de J. Pinkerfeld, considerou que a construção do monte Sion podia ser somente
uma sinagoga judaica, pelo fato que as igrejas cristãs são orientadas para o
leste, enquanto que o nicho é dirigido ao norte, isto é, se orintendo para o
Templo.
No entanto, o argumento não é mais válido
admitindo-se que ele tenha sido um lugar de culto pertencendo a judeus-cristãos
para os quais a rigor a orientação do Templo.
De fato, fundando-se sobre algumas atestações
literárias, B. Bagatti tentou provar a presença de uma comunidade judeo-cristã
sobre o monte Sion do I ao IV século.
A fim de apoiar sua asserção, B. Bagatti sustenta
que a identificação da sinagoga do monte Sion enquanto sinagoga judaica é
impossível, notadamente pelo fato de que Jerusalém foi proibida aos judeus após
135. Mais, segundo esta crítica, a localização da tradição do Túmulo de Davi
sobre o monte sion teria uma origem judeu-cristã e poderia assim permitir a
atribuição da sinagoga aos judeus-cristãos. É verdade que durante o período
bizantino celebrava-se a festa de Davi no monte Sion no dia 26 de dezembro,
paralelamente àquela de Tiago, irmão do Senhor. Isto, pelo fato que Tiago era
considerado de ascendência davídica. Assim, no meio judeu cristão, talvez se
desejou celebrar a festa de Davi, ancestral de Jesus e de sua família, onde se
celebrava a festa de Tiago.
E. Puech estima que a termo do exílio a Pella, os
judeus-cristãos de Jerusalém que não podiam mais frequentar o Templo
construíram um lugar de culto do tipo “sinagoga” sobre o monte Sion onde eles
se reuníam para a oração e para celebrar a Ceia. Assim, tratar-se-ia “de um
lugar de culto cristão de tipo sinagogal”.
Desta forma, se as conjecturas são confirmadas,
parece possível concluir que a sinagoga
do monte Sion é um lugar de culto judeu-cristão de uma datação anterior
ao IV século.
Sabe-se que nos dois primeiros séculos da era
cristã, os judeu-cristãos não distinguiam ainda sobre o plano arquitetural entre
sinagoga e igreja e que os de língua hebraica ou aramaica, utilizavam a
priori o mesmo termo a fim de designar uma sinagoga e uma igreja. Sabe-se
igualmente que a sinagoga “judeu-cristã” do monte Sion apresentava grandes
similitudes arquiteturais com aquela de Naveh, notadamente em nível do nicho.
Ora, a elevação deste nicho de 1, 92m acima do pavimento da sala prova que ela
não era destinada ao clero, mas que servia para receber os livros litúrgicos.
Este nicho servia, aparentemente, de
armário a fim de aí dispor os rolos da Torá. É a ela, pois, que se referem os
vocábulos beit aronah equivalentes a arnah no propósito de R.
Ismael ben Eleazar.
Alguns dados historicos
-1300 Saida do Egito - Constituição do povo Judeu - Conquista da Terra de
Canãa
- 1000 Rei David conquista Jerusalém - Capital
política e religiosa do povo judeu
- 722 Tomada do Reino do norte (Israel) pelos
Assírios - deportação
- 586 Destruição do primeiro Templo - Deportação
dos judeus para a Babilônia
- 445/420 Volta do exílio com Esdras e Neemias =
Estudo da Torah
-164 Revolta dos Macabeos
-63 Pompeu destroi o reino dos Macabeos e
instala o poder Romano
- 37/4 Reino de Herodes
30
Jesus de Nazaré é cruxificado
66/70 Revolta judaico contras os Romanos - Destruição do Segundo Templo
133/6 Nova revolta judaica contra os Romanos - a região passa a se chamar
Palestina
636 A Palestina é conquistada pelos Musulmanos
1096 Inicio das Cruzadas (período de dois séculos)
1516 O turcos conquistam a Palestina
1855 Alphonse Marie Ratisbonne chega em Jerusalém (nova para a Igreja)
1860 Primeiro quarteirão judeu construido fora
dos muras da cidade velha de Jesuralém
1870 Primeira escola agricola judaica em
Palestina - Mikve Israel
1881/2 Há 28.000 judeus em Palestina - Pogromo na
Russia - Primeira Alya
1897 Primeiro Congresso Sionista = a constituição
de uma base judaica na Palestina
1903 Segunda Alya
1914 Primeira Guerra Mundial - Repressão Turca
sobre os judeus da Palestina = 80.000
1917 Declaração Balfour = Um autonomia Judaica na
Palestina
1917 Mandato Britânico: Final do poder Turco e
final de 1300 anos de dominação musulmana
1919/1923 Terceira Alya
1920 Primeiro assassinato judeus por árabes em
Palestina
1924/1928 Quarta Alya
1929 Assassinato judeu pelos árabes, organizado
pelo Mufti de Jerusalém El-Husseini
1936/39 Grande revolta árabe na Palestina.
Formação da Haganá
1939/1945 A Shoah - Seis milhões de Judeus são
exterminados
1942 Conferencia de Baltimore - intenção da criação do Estado Judaico
1944 Confrontações de judeus para expulsar os mandatários Ingleses da
Palestina
1947 Aceitação da ONU de um plano de partilha da Palestina
1948 David Ben gurion proclama a independencia do Estado de Israel =
650.000 judeus
1948-1951 Grande Alya = 1.575.000 habitantes -
1.400.000 judeus
1951 O Rei Abdallah da Jordania por causa das negociações secretas com
Israel é assassinado
1967 Guerra dos seis dias = ocupação dos
territorios da Jordania, Egito e Síria
1973 Guerra de Yom Kipur = ataque surpresa da Síria e Egito
1978 Acordo de Comp David = Egito e Israel
1982 Retirada do Sinai por Israel
1987 Primeira Intifada
* Final do Bloco Soviético
1991 Guerra do Golfo = Israel recebeu 39 mísseis
do Yrak
1993 Assinatura do acordo de Oslo = Reconhecimento de Israel e da
OLP = autonomia
1994 Yasser Arafat entra em Gaza = retorno -
Governo de Fatah
1994 Acordo de paz com a Jordania
1996 Grande onda de atentados perpetrados por
Hamas
2000 Segunda Intifada = 2 anos de intensos
ataques suicidas
2001 Caida de Sadam Russein
2005 Morte de Yasser Arafat > nova liderança:
nova mentalidade: politica e não guerilha
2006 Hamas e as Eleições ao parlamento Palestino
= Perda de Fatah x vitória do Hamas
Medindo 20.770 Km2. A oeste Israel se limita com o Mediterrâneo (273 Km de
litoral), ao norte com o Líbano (79 km de fronteira), a leste com a Síria (76
km), com a Jordânia (238 km) e com a Cisjordânia (307km), ao sul com o golfo de
Akaba (mar vermelho) e a oeste com Egito (235 km) e com a faixa de Gaza (51km).
O ponto mais baixo do globo se encontra em
Israel, o Mar Morto, situado a 408 metros abaixo do nível do mar.
Israel População: 7.500.000 habitantes: 77% Judeus, 20% árabes
(80% musulmanos, 20% cristãos), 3% druzos e outros.Cristãos: maioria Grego
ortodoxo, Catolicos, (Latinos, Armenios, Grego-melquita, Maronita, Sírio, Coptas,
Caldeo) Armenios, Coptas, Etíopes... os da Reforma. >Belém, Nazaré e
Jerusalém: representação cristã.
Autonomia Palestina: 2.000.000 habitantes (1.200.000) Gaza e 800.000
Judá e Samaria (porcentagem muito pequena de cristãos)= Estratégia política:
crescimento geografico
*
Fatah-OLP (=Tamzim e Halilei (brigada) el Aksa), Hamas, Gihad Islâmica, Frente
Nacional,.. Abou Masen x Ismail Haniah= governo e poder de governar -
A
preocupação da Jordania de não ser o vizinho imediato dos Palestinos no vale do
jordão.
* Acordo Econômico-comercial entre Israel,
Jordania, Egito, Palestina
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