domingo, 25 de setembro de 2011

Jovem e Missão

A juventude é a época do florescer dos sentimentos, das descobertas mais importantes da vida, tempo dos desafios, das frustrações, alegrias e esperanças, das experiências que marcarão o jovem por toda longevidade de seus futuros dias.

Entre as inúmeras experiências saboreadas neste período, destaca-se a mais vibrante, mais inusitada, mais serena e ao mesmo tempo radical, a experiência do sagrado, a experiência do Deus a vida.

O encontro com Deus no período da juventude que se prolonga até a maturidade, revela-nos o imenso amor do Criador pelos filhos seus, o cuidado com o qual se inclina Deus para acolher toda obra criada em seu braços, reservando-a para Ele, cercando-a e protegendo-a num imenso jardim, o Éden, jardim dos prazeres. Ao mesmo tempo, este encontro com Deus revelar-nos o chamado ao qual Ele convoca-nos a colocar a serviço do reino todo vigor da juventude. O jovem é chamado a ser missionário dentro de sua singularidade, oferecendo-se jovialmente a espalhar as sementes do verbo por onde quer que passe, embriagando a toda criação com os Ecos de sua vida.

Aquele (a) que escuta o sussurro de Deus e se permite caminhar com ele, torna-se defensor da vida em todas suas instâncias, vislumbrando na natureza a imagem de seu criador. Cuidar da natureza é uma das formas de deixar transparecer a imagem e semelhança de Deus existente em cada um de nós. Não se escondam ao chamado de Deus, mas tenha a ousadia de responder: Eis - me aqui Senhor, para fazer tua vontade e viver em seu amor.

Diácono Luciano José Dias

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Bodas de cana (João 2, 1-11)

O texto começa dizendo: “No terceiro dia”, o terceiro dia nos faz lembrar a ressurreição de Jesus, ressurreição é vida nova, vida transformada, vida renovada, um novo recomeço, uma “Nova Criação”. Em Jesus, através de Jesus, Deus o Pai faz nova todas as coisas. Com a morte de Jesus, toda a velha humanidade decaida pelo pecado é extinta, e com a ressurreição de Jesus, também a criação ressurge com ele para uma vida nova. Uma nova chance é dada a humanidade, mais uma vez é feita aliança entre Deus e a humanidade. Esta aliança promulgasse no casamento, “bodas de Caná”, casamento é o símbolo da aliança entre um homem e uma mulher, que juntos se tornam uma só carne, juntos produzem vida, se tornam co-autores da criação, dão continuidade a obra de Deus. Esta festa de casamento em Caná, é, portanto o casamento definitivo, a aliança entre Deus e a humanidade. O profeta Oseías, faz uso desta figura de linguagem do casamento para dizer-nos que Deus é o noivo e a humanidade é a noiva, que esta sendo desposada por Deus.


O casamento esta acontecendo em Caná da Galiléia, Galiléia é periferia, subúrbio, é lugar de gente pobre, sofrida, pessoas que vivem a margem da sociedade. Caná, em Hebraico é um Verbo, o verbo "Adquirir", este Sinal só poderia acontecer aí, pois é onde somos adquiridos por Deus. É na atenção aos pobres e marginalizados que Deus nos adquire para Ele.

A mãe de Jesus estava presente a esta festa, não poderia ser diferente, pois nela se fez a vontade do Senhor, “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”, Maria representa, portanto, a noiva de Deus que é toda a humanidade, nela se expressa a paixão de Deus por nós, paixão que o leva até as ultimas conseqüências para poder continuar amando sua noiva.

Jesus também estava lá na festa, ele não poderia estar ausente, pois ele é justamente o Noivo, aquele que faz loucuras por amor, capaz de ir até a morte, de doar sua própria vida para que sua noiva, a humanidade inteira continue vivendo; possa gozar da vida eterna.

Os discípulos de Jesus também estavam lá, são eles que crendo nesta entrega total do noivo por sua noiva, darão testemunho desse amor, dando continuidade a este projeto iniciado por Jesus, também eles experimentando a mesma paixão, que arderá em seus peitos, tendo a chance de perpetuar a aliança entre céu e terra, entre Deus e a humanidade.

O texto diz que não tinham mais vinho, pois já tinha acabado. O vinho é a alegria da festa, o que dá sabor ao que esta sendo celebrado, em torno dele se reúnem os convidados que, enquanto bebem, conversam, trocam experiências, discutem, partilham a vida. Uma vez acabando o vinho, entra em cena à noiva, Maria, a mulher, vigilante às necessidades da vida, do cotidiano, da festa, representante da humanidade, não querendo que a alegria termine, intercede junto ao noivo, para que prolongue, eternize a alegria da festa da vida. Maria, em sua intercessão junto a Jesus, faz com que este antecipe sua “hora”, sua missão. Ela revela-nos qual a condição para que a vida seja sempre uma festa: “Fazei tudo o que ele voz disser”.

No local havia talhas de pedra para a purificação dos judeus, elas eram usadas para os banhos de purificação, necessários para que as pessoas pudessem se aproximar de Deus, uma pessoa impura, além de não poder estar com Deus, pode impedir que outros o façam, caso se relacione, todos ficam impuros.

Jesus pede que encham as talhas com água. A água é sinal de vida, sem ela perecemos, sem ela a vida se extingue. Jesus não enche as talhas, ele não vai buscar a água,mas, pede que os serventes busquem, tragam a água, uma vez esta água trazida e as talhas cheias, Jesus a transforma, a água se torna vinho.

Se a água é vida, e por isso é que Jesus não vai buscá-la, mas pede que tragam e depositem nas talhas, ele transforma esta vida em algo novo, belo, eterno, portanto, o vinho é na verdade a vida transformada, a água transformada em vinho é vida em plenitude. Essa transformação se dá dentro da talha de purificação, na imersão nela, isto é, no batismo, pois é nele que somos adquiridos por Deus, mergulhamos para a morte no pecado e ressurgimos para uma vida nova, transformada.

O primeiro a provar deste vinho novo, desta vida transformada é o mestre sala, é ele quem esta sendo adquirido por Deus, esta sendo batizado, esta fazendo uma aliança com Deus. O mestre sala, experimentando a vida transformada exclama: “Todo homem serve primeiro o vinho bom, e quando os convidados já estão embriagados serve o inferior, tu guardaste o vinho bom até agora!”.

No decorrer de nossa vida, experimentamos encontros com outras pessoas, num primeiro contato, permitimos que as pessoas só enxerguem o que temos de bom, somos atenciosos, zelosos e prestativos, mas com o passar do tempo nos acomodamos, já não somos o que apresentávamos ser, mudamos, ou apresentamos o que somos na verdade. Aqueles que nos conheceram estão embriagados pela maravilha que mostramos ser, ai deixamos de ser zelosos e prestativos, nossa vida se torna azeda, virou vinho ruim, vinho azedo, vinagre. Jesus, o noivo, nunca mandou servir vinho ruim, mandou servir vinho transformado, sua própria vida sempre foi a máxima de doação, transformando a vida de todos que encontrou pelo caminho. No final, quando todos acharam que não era mais possível sair algo de bom dele, e o abandonaram, fugiram, ele serviu o vinho melhor, o melhor de sua vida, serviu a vida eterna.
bodas de Caná representa a festa de casamento entre Deus e a Humanidade, que se realiza no momento em que somos batizados, e, de forma consciente assumimos um compromisso com o Noivo que é Deus.

"E você? se lembra do dia em que foi desposado por Deus? o dia de seu batismo? Eis ai uma dada para nunca ser esquecida, o dia em que sua vida foi transformada; não permita que ela se transforme em vinagre, uma vida azeda, vida sem graça, vida desgraçada. Se apresentamos nossa vida a Deus, através do Cristo, Ele novamente faz o milagre de transforma-la em vinho, em vida em plenitude. mas para isso é necessario que apresentemos algo, "Enchamos as talhas com agua - nossas vidas".